A Rede Nacional de Radares Meteorológicos será completada, durante o ano de 2024, com novos radares em São Miguel (Pico Santos de Cima) e nas Flores (Morro Alto), dotados de tecnologia de polarização dupla.
Segundo o presidente do IPMA, Miguel Miranda, os “radares não se destinam a observar os Açores, mas sim o Atlântico, pelo que a centralidade dos Açores na área científica vai ter aqui uma expressão óbvia”.
Já em Maio, após a consignação de dois radares meteorológicos para a região, o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, tinha anunciado a instalação em São Miguel e nas Flores, além de considerar que um dos objetivo passa por “converter os Açores numa grande plataforma de investigação do oceano e da atmosfera”.
Entretanto, novos radares meteorológicos em Coruche (Cruz do Leão) e Loulé, explorados pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), foram inaugurados quarta-feira.
Correspondem a um investimento global de cerca de 2,8 milhões de euros financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e integram uma rede de cinco radares meteorológicos (Arouca, Coruche, Loulé, Porto Santo e ilha Terceira).
“Os novos radares oferecem vantagens para vários setores socioeconómicos, nomeadamente os que se desenvolvem em ambientes costeiro e marítimo, e dotam o país de tecnologia que permite uma melhor discriminação entre os diversos tipos de partículas atmosféricas, melhor distinguindo entre chuva, neve, granizo e outros fenómenos, de particular importância para a previsão de condições meteorológicas no mar”, explica o IPMA em comunicado.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera realça ainda que o “início de operação destes radares integra a transição da polarização simples para polarização dupla, processo em fase avançada na União Europeia, e permite a Portugal figurar na linha da frente da monitorização e previsão meteorológica, ampliando a sua capacidade para entender e prever padrões e alterações climáticas e outros fenómenos meteorológicos”.
“Com estes radares pode-se agora, de forma mais precisa, monitorizar a intensidade e a movimentação de sistemas de precipitação, como chuvas intensas, o que oferece maior capacidade de prever inundações costeiras, detetar mudanças na pressão atmosférica e outras condições extremas que podem indicar a formação de tsunamis, ampliando a capacidade de alerta para comunidades costeiras e embarcações em alto-mar, mitigando riscos materiais e ambientais e melhor salvaguardando pessoas e bens“, conclui o IPMA. No âmbito do mesmo projeto e como complemento aos novos radares, também foram instaladas duas estações meteorológicas, dois detetores de raios em Viana do Castelo (Chafé) e Olhão (RNPRF), e um novo sistema de processamento de dados de raios (TLP), na sede do IPMA.