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Grande vitória do Desporto Feminino Açoriano

“Finalmente, após muitos anos de discriminação das equipas femininas dos desportos colectivos, que participaram em provas nacionais, pelos últimos secretários regionais da educação que tutelavam o desporto, foram equiparados os apoios financeiros aos das equipas masculinas.”

Após a publicação da Resolução do Conselho do Governo nº 130/2016, de 27 de Julho, que autorizava a concessão de apoios financeiros aos clubes que participavam nas provas nacionais nas modalidades de futebol, basquetebol, voleibol, andebol, hóquei em patins, ténis de mesa e a um automobilista e, também, esclarecia que as concessões dos apoios financeiros e as obrigações de promoção turística a assumir pelas entidades desportivas beneficiárias implicavam a celebração de contratos programas com a Secretaria Regional do Turismo. Depois de verificar quais eram os clubes beneficiados, as quantias disponibilizadas para cada um e qual o critério adoptado na referida comparticipação, confesso que fiquei dececionado e, então, entendi emitir a minha opinião através de um artigo publicado no Diário Insular (26.Set.2016).

Discriminação das equipas femininas açorianas nos apoios de promoção turística.
O que então considerei discriminatório foi a diferença de valor atribuído às equipas de desportos colectivos, de ambos os sexos, (basquetebol e voleibol) que participavam nas principais provas federadas a nível nacional. No basquetebol a equipa do Sport Clube Lusitânia que competia na Liga masculina possuía um longo palmarés de presenças e boas classificações a nível nacional, recebeu (126.520 euros). A equipa feminina do Clube União Sportiva que disputava a Liga feminina era bicampeã nacional, vencedora da Taça de Portugal e da Supertaça, para além de ter alcançado bons resultados na competição europeia em que participou, recebeu (38.408 euros). Por outro lado, o Clube Juvenil Boa Viagem uma equipa com grande prestígio a nível nacional, que também participava na Liga feminina, ficou a ver navios porque o apoio só era concedido a uma equipa. No que diz respeito ao voleibol, a equipa masculina da Associação de Jovens da Fonte Bastardo que era campeão nacional, um sério candidato a todas as competições nacionais e participava em provas internacionais, recebeu (126.520 euros). A equipa feminina de voleibol do Clube Desportivo Ribeirense era, desde há alguns anos, uma referência a nível nacional com a conquista de 3 campeonatos nacionais e 4 Taças de Portugal, para além da participação regular em provas internacionais, recebeu (38.408 euros). A equipa do Clube K que tinha acabado de subir à divisão principal do voleibol nacional também ficou a ver navios, quer dizer, só uma equipa masculina e uma feminina por modalidade é que eram apoiadas pelo Turismo. Contudo, o futebol tinha 4 equipas que disputavam uma prova equivalente à terceira divisão a receber cada uma (96.398 euros).

Transferência dos apoios da Secretaria Regional do Turismo para a Secretaria Regional do Desporto.
Entretanto, nesta época desportiva (2003/2004), os apoios aos clubes que participam nas provas nacionais passaram a ser da responsabilidade da Secretaria Regional da Saúde e Desporto. Na nossa opinião, trata-se de uma mais valia para o Desporto uma vez que, daqui em diante, os Contratos Programa estarão associados a factores de desenvolvimento desportivo, fazendo com que o objectivo dos contratos se desviem da mera promoção turística e passem a incorporar matéria que contribua para uma melhoria do financiamento da actividade desportiva na Região Autónoma dos Açores. Os clubes que não garantam dois escalões de formação em actividade ficam sem direito a financiamento. No financiamento deve ser enquadrado um conjunto de factores (enquadramento técnico, transportes, apoio médico, formação de quadros, utilização de instalações desportivas para treino e jogos) nos quais assenta o futuro dos clubes. Assim, torna-se necessário conhecer, progressivamente, a sustentabilidade das agremiações desportivas para que os apoios não favoreçam aventuras que contribuam para a sua falência e desaparecimento.

Igualdade nos apoios das equipas masculinas e femininas dos desportos colectivos (basquetebol e voleibol) que participam nas principais competições nacionais.
Finalmente, após muitos anos de discriminação das equipas femininas dos desportos colectivos, que participaram em provas nacionais, pelos últimos secretários regionais da educação que tutelavam o desporto, foram equiparados os apoios financeiros aos das equipas masculinas. Uma alteração perfeitamente correcta em relação às jovens praticantes e justa em relação aos clubes que apoiam a formação desportiva de centenas de meninas açorianas.
Num país de machistas, foi oportuno nomear uma mulher para a liderança da Secretaria Regional do Desporto para se acabar com esta vergonhosa discriminação. Uma grande vitória do Desporto Feminino Açoriano. Por essa Europa fora, cada vez mais mulheres ocupam lugares importantes na governação política dos seus países com excelentes resultados, numa clara demonstração da defesa dos valores da nossa sociedade democrática.

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