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Peixe do meu quintal: Ânsia pelo poder!

“E se é verdade que muito foi feito pelo PS durante os seus 24 anos de governo nos Açores, não será menos verdade que a coligação liderada pelo PSD estava a governar bem. De tal forma que não podia agradar aos socialistas, que viam nesses progressos o perigo de ficarem na oposição pelos próximos anos.”

Depois de duas décadas e meia no poder nos Açores, o Partido Socialista não deita a toalha ao chão e continua a tentar sair da oposição.
Para tal, tudo faz para o conseguir.
A coligação que o derrotou, com a mesma fórmula usada em São Bento pelo PS contra Passos Coelho, essa coligação começou frágil e rodeada de parasitas preparados para a corroer, como aconteceu. E se é verdade que muito foi feito pelo PS durante os seus 24 anos de governo nos Açores, não será menos verdade que a coligação liderada pelo PSD estava a governar bem. De tal forma que não podia agradar aos socialistas, que viam nesses progressos o perigo de ficarem na oposição pelos próximos anos.
Então, o que fazer? Nada mais fácil do que boicotar a governação e provocar eleições antecipadas.
Mas como, se os deputados do PS não eram suficientes para tal derrube?
Bem, recorre-se ao natural. O Bloco de Esquerda, esse é um aliado natural do PS.
De seguida temos o PAN, também simpatizante das esquerdas, embora nem os animais, nem a natureza, tenham quaisquer ideologias.
O Chega, esse nem precisou. Não poderia aliar-se ao PS por ser contranatura, mas absteve-se.
Mas é muito mais interessante – sob o ponto de vista da hipocrisia política – a Iniciativa Liberal.
Numa das páginas digitais da IL, pode ler-se a seguinte frase, atribuída a Fernando Pessoa:
“O Liberalismo é a doutrina que mantém que o indivíduo tem o direito de pensar o que quiser, de exprimir o que pensa como quiser, e de pôr em prática o que pensa como quiser, desde que essa expressão ou essa prática não infrinja diretamente a igual Liberdade de qualquer outro indivíduo.”
Este partido é considerado de direita, em termos de leque político e, com as alterações feitas (e bem) por Carlos César enquanto presidente do PS Açores e durante o seu governo, criando os círculos de compensação, o candidato Nuno Barata, que estava no CDS, foi eleito pelo Iniciativa Liberal. Sendo o único deputado deste partido e um dos responsáveis pela interrupção governativa nos Açores, transcrevo abaixo as críticas que o agora Iniciativa Liberal fez ao Iniciativa Liberal antes de se mudar do CDS para o Iniciativa Liberal. Aqui vai:
E dizia Nuno Barata:
“Primeiro foi um movimento, depois um partido, uma espécie de “start-up política” de matriz essencialmente liberal, sem pejo e sem complexos que se diz estar, ideologicamente entre o PS e o PSD, à esquerda deste e à direita daquele, seja lá o que isso for. O Iniciativa Liberal aparece como uma espécie de PRD liberal, ou seja um Partido que apesar de se afirmar como novidade, encerra nos seus princípios programáticos, a que chamaram de Manifesto Portugal Mais Liberal, um conjunto de banalidades e lugares comuns capazes de serem sobescritos por qualquer dirigente do PS do PSD e até do CDS. A Iniciativa Liberal parece, assim, uma espécie de caixa de cartão onde cabem todos e tudo. Para um novo partido, são vetustas práticas. Para uma solução inovadora são velhas táticas. Para uma perspetiva de futuro tem já demasiado passado. Uma das questões que mais reservas me causou no manifesto e nas palavras dos promotores da Iniciativa Liberal, é o facto de acreditarem que Portugal é já um país liberal.”
Com tais camaleões políticos, que da direita (quase extrema) como o CDS, transformam-se aliados do Partido Socialista, enquanto mutantes pela Iniciativa Liberal, contribuindo para a queda de um Partido Social Democrata (supostamente do centro),expliquem-me como posso, em boa fé, votar em tal aberração? Eu não entendo tamanha barafunda. Só vejo em tudo isto interesses pessoais, velhas quezílias e aproveitamento oportunista.
Interesse pelos Açores é que não vislumbro. Só bruma, muita bruma…

José Soares

[email protected]

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