Os açorianos estão a pedir mais dinheiro à banca para a compra de habitação, mas tentam procurar casas mais baratas no mercado, o que não é fácil, segundo especialistas do imobiliário.
A tendência é semelhante a nível nacional, embora a contração de crédito seja de menor valor.
Com efeito, segundo o idealista/news, as famílias residentes em Portugal continuaram a comprar casas mais baratas e a contratar crédito habitação de menor valor no final de 2023, de forma a adaptar-se ao actual contexto marcado pelos elevados preços da habitação, juros e custo de vida.
Já comparando com as transacções imobiliárias protagonizadas pelos estrangeiros e emigrantes, verifica-se que as famílias que vivem no país estão a comprar casas por menores valores, mas têm pedido mais dinheiro emprestado à banca, revela o mais recente relatório trimestral do idealista/créditohabitação em Portugal.
Nos Açores, segundo os únicos dados até agora em vigor, consultados pelo nosso jornal, os açorianos contraíram até ao terceiro trimestre do ano passado 2.356,7 milhões de euros em crédito à habitação, ligeiramente acima dos 2,352,2 milhões de euros concedidos pela banca no mesmo período do ano anterior.
Menos crédito em 2020
No mesmo período de 2020 o crédito concedido nos Açores para habitação rondava os 2.294,5 milhões de euros.
Olhando para os créditos habitação em Portugal formalizados no quarto trimestre de 2023, verifica-se que 35,5% dos contratos destinaram-se à compra da primeira habitação por parte das famílias – uma finalidade ultrapassada pelas transferências de crédito (38% do total). E observou-se ainda que um em cada cinco empréstimos habitação foram contratados por não residentes (emigrantes e estrangeiros).
As famílias residentes em Portugal que avançaram com crédito habitação na recta final do ano passado, compraram a primeira casa pelo custo médio de 223.953 euros, um valor 14,1% inferior face há um ano e 13,2% menor do que o registado no trimestre anterior.
Registou-se também que o valor médio da compra da casa pelos portugueses é 14% inferior ao preço de compra da habitação em Portugal por parte dos estrangeiros e emigrantes, que se fixou em 260.370 euros no final do ano.
Isto mostra que os portugueses continuam a comprar casas mais baratas e compatíveis com os seus rendimentos familiares – uma tendência já verificada ao longo do ano. E ainda que resolvem avançar com a aquisição de casas mais acessíveis do que os não residentes.
Bancos antecipam quebra este ano
A procura por crédito para a compra de casa recuperou no ano passado, sobretudo devido às renegociações dos empréstimos por parte das famílias por conta da subida das taxas de juro.
Mas os bancos estão agora a antecipar uma nova quebra na procura da parte das famílias no primeiro trimestre de 2024.
O inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, divulgado pelo Banco de Portugal, mostra que as instituições financeiras esperam uma “ligeira diminuição nos particulares” no que toca à procura de crédito tanto para aquisição de habitação como ao consumo nos próximos três meses. No que diz respeito ao segmento de empresas, a procura atingiu o fundo no segundo trimestre do ano passado e tem estado a recuperar desde então. No próximo trimestre as expectativas dos bancos apontam para uma “procura de crédito sem alterações nas empresas”.
Apesar das perspectivas de uma procura ainda condicionada, os bancos não esperam mudanças nos critérios de concessão de empréstimos às empresas e às famílias para a compra de casa.
Depois de ter atingido o fundo entre o último trimestre de 2022 e o primeiro trimestre de 2023, a procura por crédito à habitação recuperou ao longo do ano passado, mas ainda condicionado pelo elevado nível das taxas de juro e de uma menor confiança das famílias.
Factores de pressão que foram “ligeiramente atenuados” pelo aumento das renegociações da dívida, segundo revela o inquérito.
Preço do metro quadrado para o IMI mantém-se
O preço do metro quadrado (m2) para efeitos de cálculo do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e da avaliação fiscal dos imóveis vai manter-se, em 2024, nos 665 euros, segundo uma portaria publicada em Diário da República (DR).
“O Código do Imposto Municipal sobre Imóveis, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de Novembro, estabelece nos artigos 38.º e 39.º que um dos elementos objectivos integrados na fórmula de cálculo do sistema de avaliação de prédios urbanos é o valor médio de construção por metro quadrado. A presente portaria mantém em vigor os valores aplicados durante o ano de 2023”, pode ler-se no documento.
O preço por m2 de construção é um dos elementos que integra a fórmula de cálculo do sistema de avaliação dos prédios urbanos e, consequentemente, da determinação do seu valor patrimonial tributário (VTP), sobre o qual incide a taxa do IMI. O preço por m2 de construção é fixado anualmente por portaria do Governo, sob proposta da Comissão Nacional de Avaliação de Prédios Urbano (CNAPU).
Apesar de ser um dos elementos que concorre para a determinação do VPT dos imóveis, este preço não é de aplicação automática, sendo apenas refletido nas construções novas ou nos imóveis alvo de modificação ou de reconstrução ou na sequência de uma nova avaliação, ou seja, aplica-se aos prédios urbanos cujas declarações Modelo 1 sejam entregues a partir de 1 de Janeiro de 2024.