A CDU esteve ontem nos Arrifes, em contacto com produtores de leite e com trabalhadores da Unileite. Estiveram presentes o primeiro candidato da CDU por São Miguel, Rui Teixeira, o coordenador regional da CDU, Marco Varela, e outros candidatos e activistas da CDU.
A candidatura da CDU defendeu que a produção agrícola “é essencial para o desenvolvimento económico e social de São Miguel. Apesar disso, a realidade mostra que este sector está cada vez negligenciado pelos governos regionais, tanto pelo actual, como pelos anteriores”.
“Os agricultores têm apostado na inovação e no aumento da produtividade. Apesar disso, o aumento dos custos de produção, e especialmente o dos combustíveis, colocou em risco a sobrevivência de um número significativo de explorações agrícolas. Só neste mês de Janeiro, fecharam três explorações dos Arrifes”, declara a CDU.
“Na produção leiteira, o preço médio pago ao agricultor é de apenas 40 cêntimos, menos 15% que a média nacional. Só uma pequena parte do valor produzido é que fica com o agricultor: em 10 euros, só cerca de 2 ficam com o agricultor, enquanto a distribuição, com destaque para as grandes superfícies, fica com cerca de 5 – realidade que é partilhada por todas as fileiras, desde o mel às flores, passando pela fruta e pelos legumes”, denuncia ainda.
Para a CDU, “é essencial uma outra política, que valorize a produção regional e aposte na diversificação. É, também, a nossa soberania alimentar que está em causa. É impossível dissociar estes problemas da liberalização e do livre funcionamento dos mercados, impostos pela União Europeia”.
Perante os prejuízos causados, a CDU defende que “são necessários apoios permanentes, que minimizem os efeitos da ultraperifericidade e da concorrência desregrada, e que não estejam sujeitos à vontade da Comissão Europeia. Recorde-se que o fim das quotas leiteiras foi aceite pelo PS e pelo PSD, e que foi a resistência dos eurodeputados e dos deputados regionais eleitos na altura pela CDU, a par da luta dos agricultores, que reduziu em parte os efeitos do fim das quotas e dos apoios à produção”.