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Coligação ficou a 3 deputados da maioria absoluta

A coligação liderada por José Manuel Boleiro ganhou as eleições ontem nos Açores, com 26 deputados, mas ficou a três da maioria absoluta. E depende do Chega ou da abstenção do PS.
A Aliança Democrática (AD) conseguiu 26 deputados, o PS ficou com 23 e o Chega garantiu cinco deputados, enquanto o BE, a IL e o PAN ganharam um deputado cada.
O PS, liderado por Vasco Cordeiro, teve quase mais mil votos do que em 2020, quando ganhou as eleições, mas perdeu a maioria absoluta.
Agora ficou em segundo lugar com 23 deputados eleitos (menos dois do que em 2020).
O Bloco de Esquerda perdeu um dos deputados, enquanto IL e PAN conseguiram manter um eleito cada.

Resultados finais:

AD – 42%/ 26 deputados

PS – 35,9% / 23 deputados

Chega – 9,1%/ 5 deputados

BE – 2,5%/ 1 deputado

IL – 2,1%/ 1 deputado

PAN – 1,6%/ 1 deputado

Vasco Cordeiro adia decisão
sobre eventual demissão

Com 35% dos votos, menos 4 pontos do que há três anos (embora mais cerca de 700 votos), Vasco Cordeiro, líder do PS/Açores, falou aos açoreanos ao fim da noite, felicitando Bolieiro pela vitória da AD, dizendo que os resultados “foram claros e evidentes”, derrotando o seu projeto.
“Abrindo-se uma nova fase, temos muito trabalho pela frente, mas temos uma equipa muito mobilizada para a defesa das açoreanas e açoreanos.”
Os jornalistas perguntam se vai demitir-se mas Vasco Cordeiro adiou a decisão para mais tarde: “Todas as decisões e reflexões serão feitas no tempo e lugar próprio. Este não é o tempo, nem lugar próprio”.

O líder da IL Açores, Nuno Barata, congratulou-se com a sua reeleição para deputado liberal na Assembleia Legislativa dos Açores.
E prometeu continuar a fazer uma oposição firme ao Governo regional.
“Um deputado liberal faz muita falta”, afirmou, repetindo um dos slogans do partido.

Chega quer ir para o governo

O Chega teve “uma grande vitória” nos Açores e André Ventura promete “começar já hoje a trabalhar com o PSD para ter um acordo de Governo para os próximos quatro anos”, garante André Ventura, lembrando que esse acordo foi uma exigência do Chega durante a campanha regional – e remetendo a responsabilidade dessas negociações (que poderão ser “demoradas”) para o líder do Chega Açores, José Pacheco.
Para Ventura, a “única solução possível” é o PSD “agregar o eleitorado de direita” e juntar-se ao Chega num Governo de “estabilidade”. A AD teve um crescimento “nulo”, “a esquerda não alcançou uma maioria parlamentar”, e isso deveu-se ao “crescimento exponencial do Chega”, afirmou Ventura, apontando que o partido elegeu pela primeira vez na Terceira.
“A maioria clara do Chega e da AD é a única forma de afastar o PS do poder”, afirmou.
Se o PSD escolher não negociar com o Chega, Ventura remeteu a decisão de uma potencial moção de censura para a liderança do Chega Açores.

Nuno melo faz leitura nacional

“A AD nos Açores alcançou uma grande vitória e passou a primeira força política”, começou por dizer Nuno Melo, líder do CDS-PP e falando pela AD, num discurso virado para as eleições legislativas. “Este foi o primeiro de um longo ciclo de desafios eleitorais”, afirmou, sem fazer referência ao PPM.
Garantindo que o resultado nos Açores é “um estímulo muito grande” para 10 de março, Nuno Melo assinalou a “derrota muito signficativa” dos partidos de esquerda e do PS.
“Só concentrando votos na AD é possivel uma alternativa credível, estável e experimentada ao PS, que em oito anos deixou o país a marcar passo”, garantiu Melo.

PS dividido
sobre se viabiliza governo de Bolieiro

”O PS tudo fará para contribuir para a estabilidade”, disse o deputado nacional Pedro Delgado Alves na SIC-Notícias, falando a título pessoal do cenário de a AD não conseguir maioria absoluta.
Lembrando que durante a campanha Vasco Cordeiro sugeriu que o PS queria travar a extrema-direita na região (dizendo que “só excluía falar com o Chega e ADN”), Pedro Delgado Alves explicou que a decisão estaria na mão do PS/Açores, mas que os açorianos tinham dado um sinal contrário à instabilidade política.
Se assim fosse, significaria desde logo que os socialistas teriam de se abster na votação do programa de governo (que nos Açores é votado) ou não votar qualquer moção de rejeição, abrindo espaço a um governo minoritário nos Açores (que dispensaria o Chega pelo menos até ao primeiro momento chave, da discussão do Orçamento Regional).
Porém, na RTP 3, o socialista açoriano Francisco César disse, falando também a título pessoal, que o PS teria de fazer uma reflexão e que o PSD deve procurar viabilizar o governo com quem este começou, ou seja, com o Chega: “O PSD tem que decidir se quer governar com o Chega ou não. O PS também tem de decidir, acho que não faz sentido apoiar um projeto antagónico – mas esta opinião vincula-me a mim”.

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