Edit Template

Coligação e PS fizeram acordo: Mesa da Assembleia Regional composta por deputados do PSD e PS

A coligação PSD/CDS/PPM, que venceu as eleições de Fevereiro nos Açores sem maioria absoluta, estabeleceu um acordo com o PS, o segundo partido mais votado, para distribuir os cargos da Mesa da Assembleia Regional eleitos ontem.
Na sequência desse entendimento, os socialistas, que perderam as eleições antecipadas de 4 de Fevereiro, elegendo 23 dos 57 deputados ao Parlamento açoriano, comprometem-se a viabilizar o nome proposto para Presidente da Assembleia Legislativa pela coligação, que voltou a apostar em Luís Garcia.
O social-democrata assumiu a função na legislatura anterior.
Luís Garcia foi eleito ontem com 39 votos a favor, 2 contra e 16 abstenções.
O acordo entre as duas maiores forças políticas com assento parlamentar nos Açores permite também distribuir as duas vice-presidências e os dois cargos de secretários da Mesa pela Coligação e pelo PS, como vinha acontecendo até agora, de acordo com o método de Hondt, ou seja, seguindo a proporcionalidade dos mandatos no Parlamento.

PS muda de liderança
parlamentar

Os Vice-presidentes são João Vasco Costa (deputado do PS de Santa Maria) e Joaquim Machado (deputado do PSD de S. Miguel).
Os secretários da mesa são Nivea Inácio (PSD) e Lubélio Mendonça (PS).
O Chega, que se tinha candidatado a uma das Vice-presidências, não teve sucesso e protestou, com os cinco deputados a levantarem cartazes, onde se lia “Vergonha”.
Quanto aos líderes dos Grupos Parlamentares, João Castro (PS, Horta) passa a ser o líder do PS, substituindo Vasco Cordeiro, que se mantém como deputado, o que poderá ser um sinal de que se candidatará ao Parlamento Europeu, em Junho.
Por sua vez, João Bruto da Costa manter-se-à como líder parlamentar da bancada da Coligação.
Este entendimento entre a direita e a esquerda já suscitou críticas do líder regional do Chega, José Pacheco, que tinha assumido pretender uma Vice-presidência para o seu partido, tendo em conta o resultado eleitoral alcançado – mais de 10 mil votos, com a eleição de cinco deputados.
“Quando é preciso, eles unem-se e pelo pior, nunca pelo melhor”, considerou José Pacheco, em declarações aos jornalistas, surpreendido com o entendimento estabelecido para a distribuição dos cargos da Mesa da Assembleia, acusando a Coligação PSD/CDS e PPM e o Partido Socialista de estarem “mais preocupados com os tachos”.
O dirigente repetiu que “é legítimo” que o seu partido tenha direito a uma Vice-presidência do Parlamento açoriano e garantiu que, mesmo assim, iria apresentar uma candidatura para a Mesa da Assembleia.
Dos 57 deputados eleitos em 4 de fevereiro, há 13 que não vão ocupar o cargo, quatro dos quais por terem pedido a suspensão do mandato e nove por fazerem parte do Governo Regional que está ainda em funções.

A primeira ‘prova de fogo’
do Governo

A primeira ‘prova de fogo’ do novo executivo é o Programa do Governo, documento que contém as principais orientações políticas e medidas a adoptar no exercício da actividade governativa e que, de acordo com o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, deve ser entregue no Parlamento “no prazo máximo de 10 dias após a tomada de posse do Governo”, ainda sem uma data.
A rejeição do documento exige uma maioria absoluta (29 deputados). Até agora, PS e BE anunciaram que vão votar contra, mas os restantes partidos não indicaram a sua decisão.
O artigo 83.º do Estatuto refere também que o Programa do Governo será submetido à apreciação e votação da Assembleia Regional, que deve reunir-se para o efeito “até ao 15.º dia após a posse do Governo Regional”. O debate “não pode exceder três dias”.
”Até ao encerramento do debate, qualquer Grupo Parlamentar pode propor a rejeição do Programa do Governo Regional, sob a forma de moção devidamente fundamentada”, pode também ler-se no Estatuto Político-Administrativo dos Açores, referindo ainda, no seu artigo 86.º, que a rejeição do documento “implica a demissão” do Executivo.
O Estatuto não clarifica, porém, o que acontece, no caso da rejeição do programa do Governo (se o Representante da República convida outra força política a governar, ou se convoca novas eleições), sendo certo que, de acordo com o artigo 69.º, a Assembleia Regional “não pode ser dissolvida nos seis meses posteriores à sua eleição”.

Garcia pede
responsabilidade

No curto discurso da tomada de posse, o Presidente do Parlamento, Luís Garcia, lembrou a todos os deputados que representam todos os açorianos, sublinhando duas vezes, e garantiu que será isento no seu mandato, alertando para a responsabilidade de todos na representação dos açorianos.
Recorde-se que a Coligação PSD/CDS/PPM obteve no sufrágio 48.672 votos (43,56%), e conseguiu 26 deputados, menos três de uma maioria absoluta.
Além do PS e do Chega, o Bloco de Esquerda, a Iniciativa Liberal e o PAN conseguiram eleger – nestes casos, um deputado cada.
As legislativas do arquipélago ocorreram após o chumbo, em Novembro, das propostas de Plano e Orçamento da Região para este ano, devido à abstenção do Chega e do PAN e dos votos contra de PS, IL e BE, situação que levou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a dissolver o parlamento e a convocar eleições antecipadas.

Edit Template
Notícias Recentes
60% dos rendimentos é para a renda - Taxa de esforço para arrendar casa em P. Delgada sobe 9%
Google faz forte investimento nos Açores com cabo submarino e centro de dados
Empresários dos Açores criticam falta de qualidade nos serviços aéreos
Taxa de desemprego com forte descida nos Açores
Açores continuam com maior desigualdade na distribuição de rendimentos
Notícia Anterior
Proxima Notícia

Copyright 2023 Diário dos Açores