A vereadora com o pelouro da Acção Social, Cristina Canto Tavares, defendeu que a melhor forma de combater a violência no namoro passa por uma aposta clara na Educação e que o sistema de ensino tem um papel determinante a desempenhar na erradicação do problema.
“Defendo – e é também essa a visão da Câmara Municipal de Ponta Delgada – que o sucesso do combate à violência no namoro passa, em grande medida, pela aposta na Educação”, afirmou a autarca.
Cristina Canto Tavares falava na conferência de imprensa que decorreu numa unidade hoteleira de Ponta Delgada e foi promovida pela UMAR Açores, dando lugar à apresentação dos resultados do estudo nacional ART’Themis+.
Para a vereadora, as escolas têm “um papel fulcral” a desempenhar na inversão dos números e “urge apostar na literacia dos jovens” para que se possa erradicar este tipo de comportamento violento, “lamentavelmente enraizado e, não raras vezes, legitimado”.
Como sustentou, a esperança da resolução do problema da violência e da violência no namoro “não pode estar apenas depositada na família”, dado que muitos dos jovens agressores são filhos de pais agressores.
Cristina Canto Tavares considera, por isso, ser necessário reforçar as acções de sensibilização junto dos mais novos e que esse esforço deve ser articulado entre escolas, poderes públicos, forças de segurança pública, associações e instituições de solidariedade social.
“Entendo ser esse o caminho a trilhar para que a nossa sociedade possa crescer no sentido de saber avaliar, pensar e agir diante de situações de violência, e para que interiorize que a violência, sob qualquer tipo, não é aceitável e tem de ser denunciada”, advogou a autarca.
De forma a fazer face ao problema da violência, “infelizmente transversal” no país, Cristina Canto Tavares indicou que a acção da autarquia tem incidido “sobre os grupos mais frágeis ou de risco, como são as crianças, as mulheres e os idosos”.
Lembrou, a esse propósito, que o município criou uma Residência de Emergência Social para atender a vítimas de violência doméstica, este ano, e tem levado a efeito acções de literacia para cimentar uma cultura de defesa dos Direitos Humanos e, como tal, de não-violência no concelho”, ao abrigo dos planos municipais de Juventude e para a Igualdade e a Não Discriminação.
Cristina Canto Tavares referiu ainda que, em 2023, a autarquia aumentou em 65% as verbas transferidas para as Instituições Particulares de Solidariedade Social e sublinhou que todos os programas de apoio da Câmara Municipal de Ponta Delgada passaram a contemplar “majorações de 15% a vítimas de violência doméstica”.
Por fim, a vereadora salientou a acção meritória da UMAR Açores na construção de uma sociedade mais justa, solidária e igualitária e fez questão de destacar também a campanha de consciencialização contra a violência no namoro que está a ser desenvolvida pela Polícia de Segurança Pública junto das escolas.
“Se defendi que boa parte da solução para a problemática da violência no namoro deve incluir a sensibilização dos mais novos, não posso terminar sem enaltecer a campanha ‘No namoro não há guerra’ que está a ser promovida pela PSP e vai chegar a todas as escolas do país e também da Região”, disse.
Por seu turno, a Presidente da UMAR Açores, Maria José Raposo, agradeceu o apoio da Câmara Municipal de Ponta Delgada aos objectivos da associação, considerando a autarquia “uma parceira na luta titânica” para garantir a igualdade de oportunidades, equilíbrios entre géneros e a valorização da mulher na Região.