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Desesperanças

Com o aproximar do plesbicito eleitoral de 10 de março no retângulo peninsular ibérico – e nas duas regiões insulares por arrasto, – as hostes partidárias, de todos os lados e ideologias, começam a demonstrar a angústia de fugir à derrota e o desprezo artificial pelas sondagens negativas.
Do lado do centro-direita, dissipam-se subtilmente as dúvidas e começa a pairar o aroma suspeito de que a vitória espreita, mas de forma ainda indecisa.
Pelo centro-esquerda aumentam as dúvidas, faz-se campanha vazia e de reação, sem soluções nem ideias, preferindo atacar os parcos avanços dos adversários.
O Partido Socialista tem dececionado nesta campanha, com a falta de ideias que tem demonstrado. A não ser que esteja a guardar o melhor para o final!
O partido de Mário Soares demonstra um cansaço político irreconhecível. Deixou estranhamente de lutar com as suas melhores armas: Ideias.
Pedro Nuno Santos está cometendo o mesmo erro de Vasco Cordeiro. Acusar e difamar a coligação PSD/CDS/PPM, de forma permanente e infundada, sobre se vai ou não aliar-se à extrema-direita.
Como se isto não bastasse, insiste em contradizer a palavra de Luís Montenegro, mesmo à revelia do silêncio deste sobre o assunto.
Ora em 2015, o PS não disse em campanha que depois faria alianças com o Partido Comunista, com o Bloco de Esquerda e todos os outros pingos parlamentares à sua esquerda. Mas fez. E governou com essa aliança.
Ao desconfiarem das intenções e legalidades do partido Chega, deviam pensar que a Constituição Portuguesa foi escrita e aprovada no parlamento, onde o PS deu (e bem) a sua aprovação.
Quando a esquerda, principalmente a esquerda comunista, diz que o Chega não devia existir, está a contradizer-se, porque aceitou a Constituição e o Chega não está à revelia dessa Constituição.
Podemos não estar de acordo, mas como democratas, temos de ter confiança nos meios providos pela Constituição, suficientes que são para vigiar eventuais desvios e desvarios que qualquer partido possa demonstrar. E os comunistas não têm moralidade política para o dizer. Basta lembrar o “Regresso ao passado”, aos inícios da revolução que dentro de dias comemoramos, para lembrar as tentativas troikistas de Otelo Saraiva de Carvalho, Vasco Gonçalves, Álvaro Cunhal e outros, na implementação de uma ditadura em Portugal comandada pela Moscovo soviética.
“O comentário do líder comunista “Olhe que não! Olhe que não!”, proferido em resposta à acusação, de Mário Soares, de que o PCP pretendia transformar Portugal numa ditadura, ficou para a história como um dos momentos emblemáticos deste frente a frente televisivo.” (RTP/1975).
E no entanto, apesar de tudo isso, a jovem democracia portuguesa foi generosa e perdoou ao partido comunista a sua traiçoeira leviandade e acolheu-o no seu útero até aos dias de hoje. Mesmo quando se diz a favor do fim da União Europeia e quando apoia a Rússia na agressão à Ucrânia e tantas outras incongruências políticas. Eu convidaria o PCP e o Bloco de Esquerda a irem viver para Moscovo, já que admiram tanto o assassino imaculado, Putin.
Com os odores a mais uma derrota que se avizinha a 10 de março, a extrema-esquerda está desesperada, com alguns dos seus elementos mais radicais a atacarem fisicamente os candidatos da coligação, como foi o caso da tinta atirada a Luís Montenegro. Demonstração de maioridade democrática do sistema, já que noutros tempos chegaram a abater o avião que matou Sá Carneiro e onde o perdão da justiça influenciada, abafou todos os envolvidos até hoje.

José Soares*

*[email protected]

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