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Complexo marxista

Cinquenta anos depois, uma quase extinta parte do retângulo ibérico ainda sofre do complexo marxista, trauma contraído durante o regime do estado novo, importado do moscovismo soviético, o mesmo que há muito implodiu e se extinguiu, mantendo registos de ditadura familiar na Coreia do Norte e saudosismos na China semi-capitalista, bem como outros satélites avariados.
Dentro de poucas semanas iremos comemorar a restauração do regime democrático instituído a 25 de abril de 1974. E se é verdade que as forças extremistas comunistas contribuíram para isso, não é menos verdade que o seu interesse não era outro senão instituir um satélite soviético em Portugal, o que foi quase conseguido durante alguns meses dos anos setenta do século XX.
Quando começou a perder, na rua, diante das enormes massas populares que lhe diziam frontalmente ‘não é não’, os comunistas, bem como toda a esquerda radical, começaram a plantar bombas aqui e ali. Provocar convulsões sociais era a sua tática aprendida nas escolas da Moscovo estalinista. Alguns assassinatos aconteceram e ficaram impunes até aos dias de hoje.
Os tempos passaram. O povo preferiu o sistema livre e democrático. Alternâncias governativas.
Diante desta gigantesca escolha popular, o comunismo e seus sequazes extremistas tinham duas alternativas diante de si: desaparecer do cenário político português, ou camuflar-se por enquanto de camaleão e ir mudando as cores conforme o andar da carruagem. Escolheu esta segunda opção e é isto que tem andado a fazer. E mesmo se o Povo continua a dizer-lhe, nos dias de hoje, ‘que não é não’, essas forças, negativistas do óbvio, fazem ouvidos moucos a tudo, porque apenas a sua vontade conta. Perdem de eleição em eleição e mesmo assim continuam a dar a cabeça à parede. Quanto mais forte se apresenta o sistema democrático vigente, mais ativas são as suas canções de fictícia vitória. A sua tática é apenas uma: Desestabilizar. Criar confusão. Veja-se o líder do moribundo Partido Comunista, Paulo Raimundo: Acabou de ser novamente derrotado democraticamente em eleições livres e já quer apresentar uma moção de rejeição no parlamento de São Bento. Nem o PS, nem as restantes forças da direita o apoiam. É o canto do cisne, que mesmo de cabeça perdida exige a ribalta.
Alguns deputados que vemos no Parlamento da Horta são prova disso mesmo. Vejamos o deputado António Lima do Bloque de Esquerda. Este deputado, que não foi eleito pelos seus eleitores, mas sim pelo círculo de compensação – ou seja – restante soma de votos, nem olha para os seus colegas democraticamente eleitos à sua volta. Dá-lhes um desprezo que revela bem o seu ressábio pela Democracia. Outro exemplo de mau perder e de pouca educação democrática, é o deputado Nuno Barata, igualmente eleito pela generosidade do círculo de compensação. Vejamos que o PAN, embora com um deputado eleito da mesma forma dos anteriores, consegue dar uma postura mais democrática, sensata e ética.
No círculo de compensação, o Chega elegeu dois deputados, a Iniciativa Liberal, o Bloco de Esquerda e o PAN elegeram um deputado cada, perfazendo os cinco deputados daquele círculo.
Pelo Chega foi eleita Hélia Cardoso e José Sousa, pela IL Nuno Sousa, pelo BE António Lima e pelo PAN Pedro Neves.
Estes deputados, em vez da sua atuação negativa, devem intervir – obviamente – sempre que o desejem e estão legitimados para tal, mas com a educação democrática exigida na Casa da Democracia. A maioria, quer se goste ou não, seja de qual for o partido, é a maioria. Ameaçarem fazer cair um governo só pela birra da derrota, só lhes retira votos.
Falem e discutem dos assuntos que são necessários à sociedade açoriana. Deixem a questão partidária e ideológica de lado e trabalhem, que é para isso que vos paga o erário público. E custa-nos, a todos nós, muitos milhões de euros.

José Soares*

*[email protected]

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