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Satélite português Aeros comunicou com o teleporto de Santa Maria

Depois de ter sido colocado em órbita a 4 de Março, o nanossatélite português Aeros MH-1 estabeleceu Terça-feira comunicações com a Terra através do teleporto de Santa Maria, nos Açores, operado pela empresa Thales Edisoft Portugal.
Em comunicado, a empresa que é líder do consórcio nacional que concebeu, construiu e opera o nanosatélite, refere que o Aeros MH-1 “estabilizou a sua órbita e estabeleceu comunicações essenciais” às 14:54:19 de Terça-feira através do teleporto de Santa Maria.
Segundo a equipa da Thales Edisoft Portugal, que trabalha com o nanossatélite, concluída esta fase, irão iniciar-se “as operações e monitorização do estado de funcionamento e integridade” do Aeros MH-1, “bem como dos seus sensores”, antes da recepção das primeiras imagens.
Posicionado a 510 quilómetros de altitude, ligeiramente acima da Estação Espacial Internacional, a “casa” dos astronautas, o nanossatélite vai observar durante três anos os oceanos, e o Atlântico em particular.
“Esta posição privilegiada permitirá uma análise aprofundada dos fenómenos oceânicos, contribuindo para uma melhor compreensão dos ecossistemas marinhos e dos padrões climáticos”, assinala a Thales Edisoft Portugal.
O MH-1, é um nanossatélite de 4,5 quilos e o seu nome é uma homenagem ao antigo Ministro da Ciência Manuel Heitor, considerado pelo consórcio como impulsionador do projecto. É o segundo satélite português a ser enviado para o espaço, depois do PoSAT-1, um microssatélite de 50 quilos que entrou na órbita terrestre em setembro de 1993, mas foi desactivado ao fim de uma década.
Do consórcio nacional do Aeros MH-1 fazem parte várias empresas e instituições académicas portuguesas, às quais se associou o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla inglesa), nos Estados Unidos, através do programa de cooperação MIT-Portugal.
O centro de engenharia CEiiA, em Matosinhos, um dos parceiros e que construiu o nanossatélite, irá processar os dados e as imagens para efeitos de estudos científicos. As universidades do Algarve, Porto e Minho, o Instituto Superior Técnico e o Imar – Instituto do Mar, entre outros, dão o suporte científico à missão.
O nanossatélite, que começou a ser desenvolvido em 2020, representa um investimento de 2,78 milhões de euros, cofinanciado em 1,88 milhões de euros pelo Feder — Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
O Aeros MH-1 foi enviado para o espaço a 4 de Março, em conjunto com cinco dezenas de outros pequenos satélites a bordo de um foguetão Falcon 9, da empresa norte-americana SpaceX, do magnata Elon Musk. O SAPO TEK acompanhou a missão de lançamento em direto.
O Aeros MH-1 é o segundo satélite português em órbita, mais de 30 anos depois do PoSAT-1 que foi lançado em 1993, mas é o “ponta de lança” de um regresso de Portugal ao espaço, e da construção de uma constelação que envolve vários parceiros. É a constelação atlântica, ou a constelação do Atlântico que está a nascer, um projeto que está em curso desde o último trimestre de 2022 e envolve um investimento acima de 200 milhões de euros. Em desenvolvimento está também um novo satélite, o ISTSat-1, que aguarda a estreia do foguetão europeu Ariane 6.
No site da plataforma pode acompanhar em tempo real o posicionamento do Aeros MH-1 na sua órbita. A posição é obtida em tempo real e calculada a cada minuto usando o TEL (Two Line Element), um formato normalizado com elementos para identificar a localização de objetos que estão na órbita da Terra.

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