A Autoridade Nacional de Comunicações – ANACOM – registou, em 2023, mais de 107 000 reclamações escritas.
Em País em que muito se reclama ainda à mesa do café e pouco perante quem de direito, estes valores são expressivos, apesar das cifras negras. E das reclamações deduzidas em suportes outros ou por distintas vias que não constam obviamente do rol (designadamente as que se dirigem exclusivamente à empresa, sem decalque para o regulador ou a DGConsumidor)..
O número de reclamações é muito superior ao do período anterior ao da pandemia.
Livro de reclamações electrónico: o mais utilizado (63%).
Livro de reclamações em suporte físico: 34%.
Serviço de atendimento do Regulador: 3%.
Lisboa e Faro – os distritos com maior índice de reclamações.
VODAFONE – a empresa com mais reclamações,
NOS – a única a registar maior número de reclamações face a 2022.
VODAFONE – com mais reclamações em termos absolutos (35%).
NOS – com mais reclamações por mil clientes (7,5) e o segundo prestador de serviços mais reclamado em 2023, com 34% do total de reclamações do sector, seguida da
MEO – com (29%) e da
NOWO – (3%).
A MEO com a menor taxa de reclamação: 3,7 reclamações por mil clientes.
Com excepção da NOS (+4%), todas as empresas de maior dimensão viram as reclamações diminuir face a 2022.
FUNDAMENTO DAS RECLAMAÇÕES
A facturação de serviços – a causa mais reclamada, com 19,1% das reclamações, com a Vodafone à cabeça, com 41% das reclamações.
A contratação de serviços – a segunda causa mais reclamada: destaque para a NOS e a Vodafone com 37% das reclamações cada uma.
A assistência técnica motivou 13,1% das reclamações, com a MEO a levar a palma às mais com 35% das reclamações.
No topo das reclamações em 2023 estão ainda as deficiências nos serviços e o cancelamento do contrato, em que a NOS se destacou com 37% das reclamações sobre as dificuldades para cancelar o serviço.
O aumento dos preços do serviço foi o fundamento do maior número de reclamações e a NOS leva aí a primazia.
A demora ou ligação inicial deficiente de serviços fixos foi a causa segunda do maior número de reclamações.
A demora ou reparação deficiente de falhas nos serviços permaneceu o causa isolada mais reclamada pelos consumidores de comunicações electrónicas, presente em 17% das reclamações do sector.
Não hesite em, reclamar quando entenda que os seus direitos estão a ser postos em causa.
Se houver problemas com o serviço, reclame! Quer no livro de reclamações físico quer no virtual.
Reclame para que a qualidade do serviço possa melhorar.
A qualidade é função da exigência do consumidor.
Não olvide: a reclamação fundada e oportuna é susceptível provocar um aperfeiçoamento dos serviços.
Não reclame gratuitamente ou com fundamentos duvidosos, mas reclame quando entender fundadamente que o deve fazer!
Mário Frota*
*Presidente emérito da apDC – DIREITO DO
CONSUMO – Portugal