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Cardoso Jorge, Presidente da Casa do Povo: “Há falta de creches; só no Pico da Pedra temos 60 famílias em lista de espera”

O Presidente da Casa do Povo do Pico da Pedra, concelho da Ribeira Grande, queixou-se ontem ao Diário dos Açores da falta de resposta das entidades oficiais para solucionar problemas naquela localidade, entre os quais a ampliação de instalações da creche.
“Todos os anos temos dezenas de inscrições para a nossa creche, e, todos os anos, ficam de fora cerca de 60 crianças”, revela José Maria Cardoso Jorge.
E acrescenta: “A selecção das crianças é dolorosa, pois temos que obedecer aos critérios de selecção existentes, havendo situações a que não conseguimos ficar indiferentes, face ao desespero dos pais, quando sabem que o seu bebé não foi seleccionado, pois não têm alternativas, atendendo a que ambos trabalham e até, em alguns casos, com um dos progenitores gravemente doente”, sublinha o responsável pela Casa do Povo picopedrense.
“É, pois, imperioso e urgente avançar-se para a construção de mais uma creche para o Pico da Pedra, dando assim resposta às necessidades de uma freguesia que já conta com mais de 3 000 habitantes”, alerta Cardoso Jorge.
“Como é nosso apanágio, já fizemos a nossa parte e conseguimos o terreno necessário para a sua construção, ficando a creche ligada a norte ao Jardim desta Instituição”, avança o dirigente, esperando agora a resposta das entidades oficiais, que tarda nos apoios às inúmeras valências sociais da freguesia.
“Há décadas que estamos constrangidos, financeiramente, na Casa do Povo do Pico da Pedra, aplicando muitas das nossas energias no normal funcionamento das valências existentes, pois sem receitas próprias significativas, temos que arranjar meios financeiros que nos possibilitem cumprir com todos os nossos compromissos”, queixa-se Cardoso Jorge, explicando que as verbas provenientes do cálculo valor padrão/utente são insuficientes, registando-se um défice considerável em algumas delas.
“Todavia, recusamo-nos a ser somente gerentes desta instituição, queremos fazer mais e melhor, indo ao encontro das reais necessidades dos picopedrenses. Sabemos que os desafios que se nos deparam são enormes, mas tal facto não nos inibe ou paralisa, pelo que temos feito o trabalho de casa”, ressalva.
Cardoso Jorge conta, ainda, que conseguiram ter em nome da Casa do Povo a área necessária para a implantação do Centro Social e Criativo do Pico da Pedra, estrutura onde ficará instalada a Biblioteca Onésimo Almeida, salas de estudo e de informática, para as crianças com mais de 12 anos, e as oficinas para servirem os nossos séniores reformados.
“Temos o projecto de arquitetura aprovado pela Câmara Municipal, aguardando-se, agora, financiamento para se avançar para os projectos de especialidade e subsequente demolição dos dois imóveis existentes. Em simultâneo, estamos a efectuar contactos com alguns departamentos governamentais tendo em vista o financiamento para a sua construção, através dos fundos comunitários”, explica.
Quanto à nova sala de convívio para os idosos, o projecto está em execução e também já possuem o terreno para o efeito, esperando poder concorrer a um programa comunitário através da ASDERP para o respectivo financiamento.
Cardoso Jorge diz que “a Câmara Municipal da Ribeira Grande, dentro das suas possibilidades, tem-nos ajudado no arranque destes empreendimentos, competindo agora ao Governo Regional dos Açores avançar com o financiamento necessário à sua concretização”.
O Presidente da Casa do Povo deixa o alerta: “Estamos cientes e conscientes que a falta destas infraestruturas está a criar um grande fosso entre o que a população aspira e o que temos conseguido das entidades governamentais, o que é muito mau para uma sociedade que exige qualidade de vida”.
Queixa-se de que, “depois de muito anos sem qualquer investimento, é só ver como se encontra o nosso edifício sede, a nível de pintura. Há mais de uma década que mandamos orçamentos e apelamos a um apoio financeiro para o efeito, o qual parece que finalmente nos será agora concedido”.
Cardoso Jorge afirma que “não podemos esperar mais! A nossa hora tem de chegar e terá que ser agora, caso contrário as consequências terão grandes repercussões na vida – e não só – de todos os que habitam no Pico da Pedra”.
“Deixamos, por isso, este alerta para que as entidades regionais envolvidas ponham a mão na consciência e avancem o mais rapidamente possível para as soluções que se impõem. É um problema grave de ordem social que está em causa e as entidades oficiais não podem adiar por mais tempo, sob pena de centenas de famílias serem altamente prejudicadas nas suas vidas, como já está a acontecer”, conclui Cardoso Jorge.

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