A banca concedeu no 1º trimestre deste ano cerca de 5 milhões de euros de empréstimos a empresas e particulares dos Açores, segundo dados revelados pelo SREA.
Para as empresas foram concedidos créditos no valor de 1.693,3 milhões de euros, um aumento ligeiro quando comparado com período homólogo.
Para particulares, o valor dos empréstimos foi de 3.286,8 milhões de euros, também ligeiramente superior ao 1º trimestre do ano passado.
Depósitos a subir
Os depósitos dos particulares nos Açores tiveram uma tendência de subida nos últimos anos, situando-se acima dos 2,5 milhões de euros, acompanhando a tendência nacional.
Com efeito, o ‘stock’ de depósitos de particulares subiu 6,1% em Maio, em termos homólogos, para 184.299 milhões de euros, atingindo o valor e a variação mais altos desde Dezembro e Outubro de 2022, respectivamente, anunciou o Banco de Portugal (BdP).
”No final de maio de 2024, o ‘stock’ de depósitos de particulares nos bancos residentes totalizava 184,3 mil milhões de euros”, mais 1.068 milhões de euros que em Abril, regista o Banco de Portugal (BdP) numa análise divulgada.
No documento, o banco central acrescenta que os depósitos a prazo, que incluem depósitos com prazo acordado e depósitos com pré-aviso, aumentaram cerca de 14.814 milhões de euros em termos homólogos, para 105.084 milhões de euros. Já a taxa de variação homóloga foi a maior desde os 7% registados em outubro 2022.
No caso das empresas, o volume de depósitos nos bancos residentes era de 65.682 milhões de euros, mais 2,2% em termos homólogos.
No campo dos empréstimos a particulares, o montante total de empréstimos atingiu 128.928 milhões de euros. A taxa de variação anual (tva), que exclui o impacto das variações que não tenham sido motivadas por transacções propriamente ditas, foi de 1,0%, tendo sido o quarto mês consecutivo com valores positivos.
O montante total de empréstimos para habitação foi de 99.387 milhões de euros, menos 0,1% em termos homólogos, mas mais 228,4 milhões de euros face a Abril. Em termos de tva, que foi nula no mês em análise, maio foi o primeiro mês desde junho de 2023 em que não foi negativa.
O ‘stock’ de empréstimos ao consumo era, no final de Maio, 21.709 milhões de euros, traduzindo-se em cerca de mais 132 milhões de euros face a abril, numa taxa de variação homóloga de 4,4% e uma tva de 5,8% face a maio do ano passado.
Quanto ao ‘stock’ de crédito a empresas, no final de Maio, o montante total era de 72.325 milhões de euros, menos 1.540 milhões de euros face ao final do mesmo período do ano passado — tva de -0,8% e quebra homóloga de 2,1%.
Por dimensão, as microempresas foram as únicas que tiveram um crescimento em termos anuais (4,6%) dos empréstimos concedidos, enquanto pequenas (-4,0%), médias (-5,8%) e grandes (-0,2%) registaram contrações neste indicador.
Os sectores da indústria e electricidade e do comércio e transportes e alojamento registaram taxas de variação anual negativas de -3,8% e -2,5%, respectivamente, contra -3,8% e -2,9% em Abril.
Em sentido inverso, o sector da construção e atividades imobiliárias teve uma taxa de variação anual positiva de 2,4%, acima dos 2,1% de Abril.
Taxa de poupança elevada
A situação financeira das famílias portuguesas melhorou no primeiro trimestre, com a taxa de poupança a crescer para 8% face aos 6,6% registados no último trimestre do ano passado.
Com efeito, a taxa de poupança dos portugueses recuperou nos primeiros três meses do ano, para 8%, alcançando máximos de quase dois anos.
Uma subida conseguida à boleia de um crescimento do rendimento disponível bruto das famílias e a um aumento menos expressivo na despesa durante este período.
Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta semana, revelam que o “rendimento disponível bruto das famílias aumentou 2,6% face ao trimestre anterior, verificando-se crescimentos de 2,2% e 1,4% das remunerações e do Valor Acrescentado Bruto (VAB), respetivamente”.
Já a despesa de consumo final cresceu 1,1%, determinando o aumento da taxa de poupança para 8%, o nível mais elevado desde o segundo trimestre de 2022, em comparação com 6,6% no trimestre anterior. “Este desempenho foi consequência do aumento de 2,6% do rendimento disponível bruto (1,4% no trimestre anterior), superior ao crescimento de 1,1% do consumo privado”, indica o INE.
Os números mostram ainda que a capacidade de financiamento das famílias cresceu para 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB), em comparação com 1,2% no trimestre anterior, refletindo uma melhoria na situação financeira dos portugueses.
Em termos reais, o rendimento disponível bruto ajustado per capita das famílias cresceu 1,5% no primeiro trimestre de 2024, o que compara com 0,5% no trimestre anterior.
“O rendimento disponível bruto nominal per capita das famílias atingiu 17,7 mil euros no primeiro trimestre de 2024, o que representou um aumento de 2,5%, relativamente ao trimestre anterior. As remunerações per capita atingiram 12,5 mil euros, mais 2,1% que no trimestre anterior”, conclui o INE.