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Empresários manifestam preocupação com insegurança nas ruas de P. Delgada e consideram que responsáveis estão a falhar

A Direção da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada – Associação Empresarial das Ilhas de S. Miguel e Santa Maria (CCIPD) alertou ontem para a situação de insegurança na cidade de Ponta Delgada, os atrasos nos pagamentos às empresas e a reabertura da base da Ryanair em Ponta Delgada.
Os empresários dizem que têm recebido nos últimos meses “um conjunto de preocupações através dos seus associados relacionadas com a perceção de insegurança sentida, em particular com clientes de hotéis, restaurantes e de comércio na cidade de Ponta Delgada”.
“Esta perceção é também transversal aos residentes”, acrescentam, sublinhando que a situação de segurança “está agravada e no nosso entender os responsáveis não estão a fazer o suficiente para resolver uma situação que é atualmente degradante para os residentes e para quem nos visita”.
Neste contexto a Direção considera que “esta falha grave, constatada no nosso quotidiano, tem que ser urgentemente colmatada por quem de direito”.
A Câmara do Comércio diz que consultou os seus associados sobre os pagamentos dos programas de manutenção do emprego – PME I e II.
Do inquérito conclui-se que no PME I, 45,5% das empresas registam um atraso nos pagamentos entre 6 e 12 meses e 21,2% afirmam que o atraso é superior a 12 meses, o que se traduz em 67,7% de atrasos com mais do que 6 meses; no PME II, 50,0% das empresas registam um atraso nos pagamentos entre 6 e 12 meses e 18,8% afirmam que o atraso é superior a 12 meses, o que se traduz em 68,8% de atrasos com mais do que 6 meses.
A Direção da CCIPD considera de “extrema relevância e urgência a regularização destas situações, tanto mais que as empresas mais pequenas sofrem um impacto muito significativo devido ao elevado custo do financiamento, necessário para colmatar os atrasos nos pagamentos”.
Ainda sobre os pagamentos às empresas, em particular aos fornecedores do Sistema Regional de Saúde, a Direção “congratula-se com o anúncio que o Governo da República aprovou a transformação de dívida em dívida financeira no valor de 75 milhões de euros o que poderá aliviar o problema dos pagamentos em atraso sendo que, no entanto, o problema não fica sanado por insuficiência desta verba, considerando-se fundamental a orçamentação de nova verba equivalente para o orçamento de 2025”.
“Considera-se também importante que a contingência da recuperação dos estragos causados no Hospital Divino Espírito Santo não venha a agravar de novo a situação de pagamentos em atraso”, alertam os empresários.
Por outro lado, a CCIPD “congratula-se com a disponibilidade manifestada pela Ryanair para reabrir a sua base em Ponta Delgada, reunidas que sejam as condições de custos operacionais aeroportuários. A Ryanair contribuía muito para o esbatimento da sazonalidade do turismo dos Açores, em geral, e do de São Miguel em particular. O encerramento da base e redução dos voos no inverno IATA marcou negativamente a atividade turística levando a taxas de crescimento muito reduzidas em São Miguel. Por esta razão a Direção da CCIPD exorta o governo regional dos Açores a expressar, junto do governo da república, a importância de uma política de recuperação e alargamento das bases de operação da Ryanair que leve à reabertura da base de Ponta Delgada”.

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