A temporada dos “Clássicos no Museu” termina o seu primeiro andamento de concertos com um magistral programa para orquestra sinfónica. A Sinfonietta de Ponta Delgada traz a São Miguel o maestro internacional Grigor Palakirof. Pela primeira vez no arquipélago, o maestro búlgaro conta com uma carreira longa e sedimentada por todo o mundo. Agora é tempo de, no meio do atlântico norte, dirigir a Sinfonietta de Ponta Delgada na maravilhosa Igreja do Colégio dos Jesuítas com Sergei Prokofiev, Ottorino Respighi e Igor Stranvinsky. Três compositores, cuja a actividade de escrita começou ainda no século XIX, mas que se estabilizaram como figuras incontornáveis da música e da linguagem moderna do século XX.
O Concerto começa com a grandiosa Sinfonia Clássica. A Sinfonia op. 25 pertence ao final da fase russa do compositor. Apesar disso, de ser um Homem contagiado pelas linguagens modernas, nada o impediu de escrever uma sinfonia que respeitava os processos herdados de Haydn. Sinfonia com quatro andamentos, em que o terceiro é uma dança. A Gavotte já estava escrita quando a restante sinfonia foi construída. Típico da época em que compõe, Prokofiev utiliza uma canção popular russa.
O programa de concerto faz ponte com um compositor italiano, Respighi. Obra escrita para cordas em 1931. Do seu estilo destaca-se a vontade de manifestar uma escrita impressionista e neoclássica. O seu pós-romantismo composicional é um testamento contra o nacionalismo italiano.
A primeira parte da temporada do “Clássicos no Museu” termina de forma soberba. É com o enorme Stravinsky que a Sinfonietta de Ponta Delgada e Grigor Palakirof levam o público na viagem musical que é Pulcinella.
O bailado Pulcinella tornou-se popular através da suite orquestral que o próprio compositor publicou após a estreia do bailado no ano de 1920. Já era conhecida a combinação para os BalletsRusses de música barroca italiana com a Comedia dell’ Arte. A convite de Diaghilev, Stravinsky viria escrever a música de Pulcinella, e, para o convencer a fazê-lo, entregou a seu cuidado um variado manancial de partituras com potencial de serem orquestradas. Eram exemplares de música de árias de ópera, música de câmara e música de tecla, todos elas julgavam ser-se de autoria do compositor italiano Pergolesi. Estudos mais recentes viriam a revelar que outros nomes eram também responsáveis pela escrita das diferentes partituras. O resultado é uma extraordinária partitura que sobrepõe o estilo contemporâneo de Stravinsky à música italiana do século XVIII. Esta composição é uma demonstração absoluta do gosto do compositor russo pela música antiga. Foi esta descoberta que o colocou como um dos principais representantes da estética de composição neoclássica.
Este concerto imperdível, com um repertório extraordinário, é uma produção da Quadrivium – Associação Artística, com o apoio da Direcção Geral das Artes e do Governo Regional dos Açores.
O concerto terá lugar no Núcleo de Arte Sacra (Igreja do Colégio), amanhã, dia 28 julho, às 17h00.