As famílias e as empresas açorianas estão a contrair mais dívida junto da banca, segundo os últimos dados consultados pelo “Diário dos Açores”.
No primeiro trimestre deste ano, empresas e particulares contraíram 4.980,1 milhões de euros junto as instituições de crédito dos Açores, quando no mesmo período do ano passado tinham sido 4.948, 1 milhões de euros, uma subida de mais de 30 milhões de euros.
O grosso da dívida das famílias é para a habitação, com mais de 2 mil milhões de euros (cerca de mil milhões para consumo), enquanto as empresas recebem 1,7 mil milhões de crédito.
Esta subida da dívida das famílias e empresas está em linha com o que acontece, também, a nível nacional.
Com efeito, o endividamento dos particulares está a subir desde janeiro, tendo atingido 152,1 mil milhões de euros em maio, o valor mais elevado desde agosto de 2013.
Os dados são do Banco de Portugal e revelam que a banca continua a ser a principal fonte de financiamento, mas a dívida junto de empresas não financeiras também registou um ligeiro aumento.
Segundo os dados atualizados na semana passada pelo regulador, o endividamento da economia portuguesa voltou a aumentar em maio pelo terceiro mês seguido para 808,4 mil milhões de euros.
Deste total, 443,4 mil milhões de euros respeitavam ao setor privado (empresas privadas e particulares) e 365,1 mil milhões ao setor público.
Entre os particulares, que inclui famílias, empresários em nome individual e instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias, o endividamento foi descendo ligeiramente ao longo do último ano, totalizando 150,6 mil milhões de euros em dezembro de 2023.
Contudo, desde o arranque do ano que tem subido, registando-se um aumento de 1,5 mil milhões de euros entre janeiro e maio, verificando-se também um salto face a maio de 2023.
Na comparação anual, subiu 0,9%, um valor superior ao verificado em abril (0,6%).
Este endividamento inclui passivos sob a forma de empréstimos, títulos de dívida e créditos comerciais.
A maioria do endividamento dos particulares é feita, sem surpresas, junto de empresas financeiras, seguindo-se o endividamento junto do resto do mundo.
Em menor dimensão encontra-se o financiamento das empresas aos particulares, abrangendo quer empréstimos (por exemplo, casos de adiantamentos por conta de lucros ou contrato de mútuo celebrado entre a sociedade e os sócios), quer créditos comerciais.
Entre janeiro e maio, o passivo junto da banca cresceu 1,2 mil milhões de euros, mas o endividamento junto de empresas não financeiras também aumentou, embora num ritmo mais moderado (302,28 milhões de euros).
Já o endividamento de particulares junto de outros particulares subiu 65 milhões de euros e junto do resto do mundo caiu 14,85 milhões de euros, enquanto o financiamento junto das Administrações Públicas manteve-se relativamente estável.
Segundo os dados estatísticos do Banco de Portugal, o endividamento dos particulares com empréstimos subiu 0,84% entre janeiro e maio, aumentando em todas as vertentes.
No quinto mês deste ano, ascendia a 147,1 mil milhões de euros, sendo que 103 mil milhões de euros são referentes a crédito à habitação e 49,1 mil milhões de euros referentes a créditos ao consumo e para outros fins.
No caso dos créditos comerciais (abrangem, por exemplo, casos de uma transação comercial que originou um débito por regularizar por não sido feito o pagamento na altura em que ocorreu a transação), endividamento de particulares ascendia a 5.047 milhões de euros no final de maio, conclui o Banco de Portugal.