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Empresários alertam que a região está a falhar na sazonalidade turística

A Direção e a Comissão Especializada do Turismo da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada -Associação Empresarial das Ilhas de S. Miguel e Santa Maria (CCIPD) considerou ontem que, até à data, “há uma evolução positiva dos números globais do setor do turismo nos Açores em linha com o investimento relevante que tem vindo a ser efetuado pelas empresas do setor nas suas diferentes áreas: alojamento, restauração, animação turística, rent-a-car, entre outras, sem o qual não é possível ter um posicionamento diferenciado do destino”.

Falta investimento nas estradas, estacionamentos, zonas balneares e pontos de visitação

Referem os empresários que, “neste contexto de investimento privado, que se traduz numa oferta turística cada vez mais qualificada, é essencial garantir um nível adequado de investimento público nas infraestruturas (estradas, estacionamento, zonas balneares, pontos de visitação, etc.) de acolhimento dos turistas, pelas respetivas entidades, a um ritmo adequado às necessidades de qualificação e diferenciação contínua do destino, sem o qual pomos em causa o trabalho em curso das empresas e o compromisso dos residentes com o desenvolvimento do setor e da economia Açoriana”.
Os empresários constatam que a Região Autónoma dos Açores é, de acordo com os dados do INE, das regiões portuguesas, a par com o Algarve, com o índice de amplitude sazonal mais elevado em 2023 (4,0 em ambas), o que sendo o Algarve um destino de Verão e os Açores um destino de Natureza, com grande potencial de crescimento no inverno, denota uma falha relevante no aproveitamento do potencial diferenciador do destino durante o inverno.
“O agravamento da sazonalidade, que agora se constata, é antagónico com os objetivos definidos no PEMTA (Plano Estratégico de Marketing do Turismo dos Açores) e é grave pois põe em causa o frágil equilíbrio económico das empresas do setor, no contexto atual de limitada mão-de-obra qualificada.Se é sabido que a sazonalidade é uma característica do setor em questão, também é certo que o maior desígnio do mesmo é o seu combate e a sua redução, não podendo haver argumentos válidos para o seu agravamento”, adianta.
Acresce que “é também relevante realçar a importância da segurança nos destinos turísticos, como aliás já referenciado pela CCIPD, a situação está agravada porque os responsáveis não estão a fazer o suficiente para resolver uma situação que é atualmente degradante para os residentes e para quem nos visita. É uma falha grave que tem que ser urgentemente colmatada por quem de direito. Acresce ao problema da insegurança o problema da falta de limpeza em alguns locais estratégicos na experiência turística de quem nos visita e que tem que ser devidamente tratado”.

Turismo tem ajudado
à demografia

Os empresários afirmam que o setor do turismo “tem uma relevância acrescida na economia regional, quer em termos de emprego (representando cerca de 25 mil postos de trabalho diretos e indiretos), quer para o PIB regional (cerca de 12%) e contribuiu para fixação de população nas ilhas. Não fora o crescimento do turismo na última década a evolução demográfica dos Açores teria sido muito mais negativa do que já foi, pelo que não é aceitável que o sector tenha um retrocesso real”.
Nestes termos, os empresários de turismo reivindicam como acção para o fututo:
• Não descurar a imprescindibilidade do transporte aéreo, garantindo um nível adequado de capacidade no próximo inverno IATA, que acompanhe o processo de crescimento e qualificação do setor, em curso,eque promova uma procura por todos os segmentos de clientes relevantes para a consolidação do destino Açores e não somente alguns, como aconteceu no inverno IATA passado;
• Garantir a execução das ações de promoção do destino a cargo da Visit Azores, e que apresentam um nível de execução baixo, sem a qual não é possível, em particular no inverno, posicionar adequadamente o destino. Importa implementar um plano de promoção diferenciado sem recorrer, como é habitual, a campanhas de promoção baseadas em preço com limitada criação de valor para o setor e perda de enfoque na adequada diferenciação;
• Ainda na promoção, retomar as boas políticas do passado, através da reativação dos programas de apoio à promoção das empresas do setor do turismo, que para além de contribuírem para um aumento da notoriedade do destino, promovem a diversidade da oferta turística existente.
“As oportunidades agora identificadas por esta Comissão consubstanciam as suas preocupações, que decorrem de um trabalho contínuo e atento para um desenvolvimento sustentável do setor, que só é possível através de investimento na qualificação e diferenciação do mesmo”, conclui.

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