Resultante da parceria entre o festival Tremor e o Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, o ciclo é um programa de capacitação de músicos, profissionais da cultura e pessoas curiosas por novas práticas e tendências do sector, dando, assim, continuidade ao trabalho que ambas as entidades têm desenvolvido na abertura de novas oportunidades de empoderamento para o território.
A edição 2024/2025 do ciclo arranca com uma acção de formação destinada a artistas (profissionais ou não profissionais) e pessoas com interesse nas diferentes dimensões do hip hop, da produção musical à escrita de letras. A mesma decorrerá em formato presencial, nas instalações do Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas na Ribeira Grande, Açores, em dois períodos distintos: 21 a 23 de Setembro e 19 e 20 de Outubro. O acesso é livre, mas implica inscrição. A selecção dos candidatos a integrarem a formação será feita pelo orientador e pela equipa de produção do Ciclo. Será dada preferência a pessoas que tenham nascido ou residentes nos Açores.
O orientador desta formação é o rapper, sound designer, poeta sónico e visual Xullaji. Com uma vasta carreira no quadro da música nacional, editou (sob o nome Chullage) três destacados álbuns do repertório nacional do hip hop: “Rapresálias”, “Rapensar” e “Rapressão”, discos que são, até aos dias de hoje, importantes retratos da intensidade política e estética das suas letras e da forma como inscreve o hip hop na cultura de resistência da classe trabalhadora africana e da diáspora. Explorando o spoken word (área pela qual demonstra especial interesse) integra o projecto AKapella47, pelo qual viria a editar da Hype e intenCIDADES, dois exemplos maiores do cruzamento entre a palavra, a acção política e a arte. No seu mais recente projecto, Prétu, explora a fusão de samples e imagens africanas com o seu cosmos electrónico e pensamento pan-africanista. “Prétu 1 – Xei Di Kor”, lançado em Outubro de 2023, foi aclamado pela mais relevante imprensa nacional, como um dos melhores álbuns do ano. Xullaji é ainda co-fundador do Peles Negras Mascaras Negras – teatro do escurecimento, colectivo artístico comunitário preto. Colabora igualmente com o Teatro Griot e já trabalhou com diversos artistas visuais e companhias de teatro tanto em Portugal como no exterior. Após o período formativo a desenvolver no âmbito do ciclo, o grupo realizará um período de residência de criação a ter lugar em Abril de 2025, durante o qual será desenvolvido um espectáculo inédito a ser apresentado no âmbito do Festival Tremor.