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Águas-vivas no mar dos Açores: cientista faz recomendações a quem for picado

Em entrevista à Green Savers, Antonina dos Santos, coordenadora do Projecto GelAvista, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, um programa de ciência cidadã responsável pela monitorização dos organismos gelatinosos em toda a costa portuguesa, Açores e Madeira, explica quais as espécies mais perigosas e o que fazer caso seja picado por uma delas.
A cientista explica que “a caravela-portuguesa (Physalia physalis) ocorre durante todo o ano e em todo o país. Por isso, também poderá ser avistada nos meses de verão, especialmente nos Açores e Madeira. Neste período é comum o avistamento da medusa-do-tejo (Catostylus tagi) nos estuários do Tejo, Sado e Guadiana e, ria de Aveiro e, nas praias e zonas costeiras vizinhas a estes locais. Nos meses de verão, há também grande probabilidade de encontrar a medusa-tambor (Rhizostoma luteum) e, ocasionalmente, a medusa-compasso (Chrysaora hysoscella) na região do Algarve. Este ano os avistamentos destas duas espécies têm sido raros. Por seu lado, a água-viva (Pelagia noctiluca) ocorre com frequência nos Açores e Madeira durante o Verão e, este ano não é excepção. A veleiro (Velella velella) também poderá ser encontrada ocasionalmente, durante o verão, em todo o país”.

Verão este ano
tem sido calmo

Antonina dos Santos diz que “temos tido um Verão calmo em ocorrências de gelatinosos, comparativamente a outros anos, como no ano passado, em que tivemos muitas ocorrências de arrojamentos da medusa-tambor, explicando a seguir que “as espécies de gelatinosos com maior grau de perigo em Portugal são, sem dúvida, a caravela-portuguesa, a água-viva e a medusa-compasso, por esta ordem”.
Caso um banhista se cruze com uma destas espécies o que deve fazer?
A cientista responde: “A informação sobre o que se deve fazer no contacto com estas espécies está descrita no site GelAvista, aqui: https://gelavista.ipma.pt/cuidados/ e também a divulgamos, com frequência, nas nossas redes sociais. Basicamente, o que recomendamos é que não toque nos organismos gelatinosos que se encontram arrojados, especialmente no caso de não saber distinguir as espécies. Também se deve assinalar o local para que outros veraneantes sejam alertados. No caso de se tratar de uma caravela-portuguesa e de ser necessário, recomendamos que se remova o organismo para o lixo orgânico, o que deve ser feito com cuidado, sem tocar diretamente no exemplar”.

O que fazer
quando se é picado

Para o caso dos banhistas serem picados, “é importante saber a espécie em que tocou. Porque o modo de atenuar o efeito do veneno é distinto, consoante se tratar da caravela-portuguesa ou de uma medusa. No entanto, em ambos os casos, recomendamos que se lave a zona afectada somente com água do mar e que se retire possíveis vestígios do organismo gelatinoso que se possam encontrar na pele, sem esfregar, para evitar injectar mais veneno inadvertidamente. Depois, no caso de se tratar da caravela-portuguesa, recomendamos que se coloque uma compressa quente e, no caso de uma medusa, se coloque uma compressa fria, na zona afetada”.

Diferença entre medusa
e alforreca

E acrescenta: “A palavra medusa designa uma fase do ciclo de vida dos cifozoários e corresponde ao animal que apresenta uma campânula e, na parte ventral, pendurada para baixo a partir do centro, está uma estrutura semelhante a um pedúnculo, com a boca na ponta e que se encontra rodeada de tentáculos, chamados os braços orais. Como é uma apresentação muito característica de muitas espécies de gelatinosos, também é o nome comum para todas as espécies de cifozoários que se veem a olho nu. A palavra alforreca designa o nome comum da medusa-do-tejo e da medusa-tambor e também, de outros cifozoários que ocorrem no continente português, como a medusa-compasso”.
A concluir, a cientista alerta que “o GelAvista não sobrevive sem a colaboração dos cidadãos, aos quais estamos muito gratas e a quem continuamos a solicitar que nos enviem a informação relativa aos seus avistamentos de qualquer organismo gelatinoso. Pedimos que envie a data, hora e local do avistamento, com uma fotografia, para permitir a confirmação da espécie avistada e do número, mais ou menos, dos indivíduos que foram avistados. Adicionalmente, solicitamos que se coloque um objecto de tamanho conhecido junto do animal a fotografar, para podermos obter uma estimativa do seu tamanho. Recebemos esta informação através da App GelAvista, disponível para todos os dispositivos móveis e, pelo email dedicado: [email protected]”.

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