As informações inicialmente avançadas sobre uma suposta invasão de barcos de pesca chineses a operar ilegalmente a sul da ilha das Flores, revelaram-se falsas, noticia a Antena 1 Açores.
Os dados disponíveis através da plataforma Marine Traffic na internet, lançaram o alerta, fazendo com que as autoridades marítimas da Região deslocassem-se ao local uma lancha rápida para identificar a presença ilegal das 20 embarcações chinesas: “ estivemos no local. Não tínhamos contacto visual nem do AS da embarcação. Estes dados só aparecem nos servidores e plataformas da internet. Supomos que sejam contactos falsos. Qualquer das maneiras estamos a averiguar qual é o problema neste momento”, afirmou o capitão do Porto da Horta, Gomes Brás, ao mesmo meio de comunicação.
Gomes Brás lembrou que para além de a força aérea ter deslocado um avião para apurar se as embarcações de pesca chinesa se encontravam no local também o comando da zona marítima, solicitou que os navios de marinha mercante, que se encontravam próximos, se desviassem das mesmas para que pudessem tentar identificar a frota ilegal. Contudo, não encontraram nada: “não são contactos normais, por assim dizer, não têm seguimento. Aparecem pontualmente e depois ficam durante algum tempo até desaparecem devido à idade do contacto, ou seja, o tempo em que ele apareceu sem actualização”, explicou.
A Inspecção Regional das Pescas esteve igualmente a fiscalizar esta suposta invasão ilegal de embarcações de pesca chinesas em águas açorianas.
O Governo Regional, numa nota informativa, explicou que esta suposta invasão ilegal de embarcações de pesca chinesas em águas açorianas tratou-se possivelmente de “spoofing”: “a unidade naval do Comando Local da Polícia Marítima das Flores esteve no local e não verificou qualquer navio. A aeronave da FAP fez sobrevoo da área para além da área de referência, incluindo até aos limites da ZEE nacional da subárea dos Açores e não verificou qualquer navio deste conjunto, tudo levando a crer que se trata de AIS “spoofing”, lê-se na nota.
Deste modo, é possível que tenha havido uma falsificação de dados ou de entidades com objectivos fraudulentos, mas também poderá ter ocorrido um erro informático: “estamos ainda a averiguar o que se passa, se será um problema de sistema ou será uma informação injectada propositadamente”, concluiu Brás Gomes.
A verdade é que apesar da operação de fiscalização ter sido bem sucedida, as autoridades vão ficar mais atentas para eventuais informações fraudulentas.