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Pedalando para o futuro?

As trotinetes e bicicletas urbanas são um importante meio de locomoção em cidades. Quando bem implementadas, reduzem o tráfego local e aumentam o número de pessoas que optam por deslocações mais amigas do ambiente. Para além disso, se enquadradas com as políticas corretas, permitem aumentar e complementar a utilização de transportes públicos.
Pessoalmente sou um grande defensor deste tipo de meio de transporte e já tive a oportunidade de o experimentar em várias metrópoles europeias. É por este motivo que esperava que a implementação na maior cidade açoriana fosse bem-sucedida, mas infelizmente não tem sido assim. Aliás, Ponta Delgada poderia servir como exemplo de como até os projetos bem-sucedidos em outras cidades podem falhar quando mal executados.
Até prova em contrário, a implementação do modelo Bolt em Ponta Delgada parece não ter sido precedida de um correto planeamento estratégico, mas sim de uma fugaz ideia sem o devido acautelamento e com várias situações para melhorar.
Por exemplo, verifica-se uma completa ausência de delimitação e orientação dos espaços afetos ao parqueamento. A simples identificação de alguns lugares de estacionamento de viaturas para alocação às bicicletas e trotinetes partilhadas, resolveria constrangimentos que se verificam nos pequenos passeios das vias publicas. Para além disso, a localização das zonas de parqueamento, pese embora em número adequado, encontram-se em locais distantes dos pontos de interesse da maioria da população, como por exemplo centros comerciais, ginásios, parques de estacionamento, grandes empresas etc.
Também não se compreende o motivo para não se ter estendido a rede de mobilidade às freguesias dos Arrifes e da Relva, dois dos maiores centros populacionais do concelho.
A ausência de investimento em ciclovias também é uma falha grave e não acompanha a crescente tendência em mobilidade urbana sustentável.
Por último, os preços apresentados tornam o serviço inacessível para a maioria da população local tornando o seu uso uma quase exclusividade para turistas. Uma viagem de apenas 2km, cerca de 10 minutos, custa 2€, o que representa um valor incomportável para a maioria dos açorianos se utilizado diariamente (cerca de 90€ mensais).
Tenha este executivo camarário coragem de assumir o erro na implementação deste bom projeto e corrija os erros apresentados.
Juntos, podemos construir um futuro melhor para os Açores!

Carlos Caetano Martins*

*Engenheiro Técnico Senior

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