Com um salário base de 1000€ e horários que chegam às 13h por dia, a fuga de motoristas do serviço de transporte público para os serviços de turismo está já a causar impactos, de acordo com a Antena 1 Açores.
A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Transportes, Berta Cabral, diz que esta é uma boa notícia, porque é sinal de uma economia em crescimento.
“Isso é uma boa notícia, ou seja, é uma boa notícia na medida em que se os motoristas saem de uma área de actividade, porque vão para outra que tem melhor remuneração, significa que nós estamos num processo de desenvolvimento que gera em termos do crescimento algumas rupturas, mas estas rupturas são saudáveis, na medida em que isso representa uma atractividade mais bem remunerada em alguns sectores. E os outros, por força do funcionamento do mercado, vão ter de acompanhar”, afirmou a Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Transportes.
“Um problema do mercado que o mercado trata de resolver”, declarou Berta Cabral.
No caso dos transportes públicos, em que é o Governo que determina as compensações financeiras às empresas que prestam os serviços, é também o mercado que dá a resposta, já que o preço base é calculado de acordo com os valores médios em todo o país e esses valores reflectem os salários praticados.
“Obviamente, que também tem em conta quando faz o calculo dos equipamentos, também faz o calculo das pessoas para operar com os equipamentos dentro de salários base. Trata-se de calcular com o máximo rigor possível e de acordo com aquilo que é a prática do mercado, porque não há transportes públicos só nos Açores, portanto, com base naquilo que são os custos médios e os salários médios, de acordo com o que são os preços médios do mercado, é calculado um preço base por uma empresa especializada”, explicou Berta Cabral.
Uma aproximação das remunerações praticadas no continente é o objectivo dos motoristas que viram o seu salário base aumentado recentemente para 1000€, um valor insuficiente face à carga horária.
O concurso para serviço de transportes colectivos terrestres, nas ilhas São Miguel e Terceira, deverá ser lançado até ao primeiro trimestre do próximo ano.
“Nós estamos a trabalhar, e só para dar uma ideia, os anexos desse concurso são mais de 1000 páginas. Logo que isto esteja pronto, e tem que ser feito com toda a segurança, nós lançaremos. O nosso objectivo é lançar em Dezembro, ou, o mais tardar, no primeiro trimestre do ano que vem. Se eu pudesse lançar até Dezembro, seria para mim o ideal e estão todos a trabalhar neste sentido”, concluiu Berta Cabral.
Governo dos Açores investiu em quatro anos cerca de 175 milhões de euros nas estradas das nove ilhas
A Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infra-estruturas, através da Direcção Regional das Obras Públicas (DROP), é responsável pela gestão de mais de 1.300 km de estradas nas nove ilhas dos Açores, mais concretamente, um total de 1.343,16 km, a que se acrescentam mais 34,38 km em execução ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
A Secretária Regional da tutela, Berta Cabral, refere que, “actualmente, a prioridade do Governo nas estradas vai para o PRR, para promover uma cada vez melhor mobilidade dos açorianos”.
“Estamos a falar de vias estruturantes que asseguram uma melhor deslocação dos habitantes em várias ilhas dos Açores e promovem a economia local”, sublinha.
A gestão, manutenção e investimento na rede viária regional, adianta a governante, “são essenciais para aumentar a segurança e reduzir as distâncias, os tempos de percurso e os congestionamentos”.
“Com os investimentos que temos em curso, entre os quais destacamos aqueles que estão incluídos no PRR, pretendemos expandir e melhorar as infra-estruturas rodoviárias nos Açores, melhorar a acessibilidade aos centros populacionais e aos núcleos onde se concentra a actividade económica, bem como às principais infra-estruturas de entrada em cada ilha”, detalha
Todas as obras estruturantes estão incluídas no PRR, programa que se prolonga até 2026 e que prevê um investimento de 60 milhões de euros para a construção de dez variantes e reabilitação de estradas nas ilhas Terceira, Santa Maria, Graciosa, São Jorge, Pico, Faial e São Miguel.
Relativamente a outras estradas das nove ilhas dos Açores, Berta Cabral refere que estas não estão esquecidas e que obedecem a um planeamento e a uma priorização, de acordo com as necessidades de mobilidade, o estado de conservação e a capacidade de investimento disponível.
“Estamos a cumprir os marcos e metas que o PRR nos impõe, apesar de estarmos perante concursos muito complexos e trabalhos muito demorados. É fundamental cumprir com os prazos com que nos comprometemos”, diz.
Sobre as obras que também são necessárias noutras estradas das nossas ilhas, Berta Cabral refere que estas “serão realizadas no seu devido tempo, seguindo a lógica de serviço público e a capacidade de resposta, quer seja do mercado, quer seja dos próprios recursos públicos”.
Saliente-se que, nos últimos quatro anos, o Governo dos Açores, através da Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infra-estruturas, investiu cerca de 175 milhões de euros nas estradas das nove ilhas dos Açores.
Em 2021, o investimento foi de €32.507.200,82; em 2022 de €43.359.098,79; em 2023 de €53.433.493,00; e em 2024, até Julho último, de €45.698.374,00.