Mais de metade dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) na Região não estão inscritos nos Centros de Emprego, logo não têm intenções de trabalhar. Os dados constam de uma resposta do Governo Regional a um requerimento do CHEGA, que quis saber quantos Açorianos que recebem o RSI estão inscritos nos centros de emprego.
A 6 de Agosto de 2024 existiam na Região 7.204 beneficiários do Rendimento Social de Inserção, e, destes, apenas 1.130 estavam inscritos nos centros de emprego dos Açores. Fazendo as contas, retirando os beneficiários com menos de 18 anos e com mais de 65 anos, 74% dos beneficiários do RSI em idade laboral não estão inscritos nos centros de emprego, para procura activa de trabalho.
De acordo com os dados do Governo Regional, em 2023, os idosos com mais de 65 anos que beneficiam do RSI são apenas 2% do total de beneficiários, enquanto os jovens com menos de 18 anos, representam 36% dos beneficiários.
Ainda na resposta ao CHEGA, o Governo Regional dá conta que, entre Janeiro e Junho de 2024, houve 21 beneficiários do RSI que recusaram medidas no âmbito do emprego e formação profissional, o que resultou na suspensão/cessação da prestação social.
Para o líder parlamentar do CHEGA, José Pacheco, “isto tem de acabar! Não podemos continuar a sustentar estas pessoas que realmente não querem trabalhar. São pessoas em idade laboral, que podiam estar a contribuir para a sociedade, mas vivem às custas do RSI e não têm nenhuma intenção de procurar emprego. Estes números são a prova disso”.
Além disso, o facto de 21 beneficiários do RSI se terem recusado a aceitar propostas de emprego ou de formação profissional “dá-nos um sinal claro de que são pessoas que estão confortavelmente nas suas casas e não estão interessadas em trabalhar. Têm o seu rendimento no final do mês, depois também têm outras ajudas, na renda, na luz, na água, e não se querem sujeitar às regras do mercado do trabalho”, reforça José Pacheco.
Relativamente aos menores de 18 anos, que recebem o RSI, “não nos podemos esquecer que são os pais que fazem a gestão do dinheiro dessas crianças”, o que na prática significa que “são os pais que gastam esse dinheiro. Alguns até podem estar preocupados com o bem-estar das crianças, mas sabemos que muitos não é assim”, reforçou o líder parlamentar do CHEGA.