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Açores poderão estar mais expostos à nova época dos furacões

As alterações do clima que se vêm registando nos últimos anos e as temperaturas altas registadas este Verão no Atlântico poderão provocar mais tempestades e agravar a nova época de furacões.
Os especialistas consideram que os arquipélagos situados no Atlântico poderão ficar mais expostos, como é o caso do meteorologista Alfredo Graça, da Meteored, que diz que dentro dos próximos 7 a 10 dias – entre os dias 24 e 26 de setembro – o arquipélago dos Açores estará potencialmente exposto à aproximação de um sistema ciclónico tropical: a atual depressão tropical Gordon e potencial tempestade tropical ou furacão Gordon.
O modelo de referência da Meteored antecipa precipitação mais intensa e potencialmente acompanhada de atividade elétrica derivada da atual depressão tropical Gordon a partir do dia 24 de setembro no arquipélago dos Açores, especialmente nos Grupos Ocidental e Central.

Corvo e Flores mais expostos

À data referida, o Gordon estaria acoplada a um outro sistema de baixas pressões em latitudes mais setentrionais.
Em relação ao vento, que passaria a soprar de sudoeste devido ao Gordon, verifica-se um aumento da sua intensidade e a previsão de rajadas de quase 70 km/h.
É preciso relembrar que a incerteza é muito elevada, sobretudo tendo em conta o prazo da previsão (superior a 5 dias), alerta o meteorologista Alfredo Graça.
Apesar de alguns dos modelos pertencentes ao Centro Europeu de Previsões a Médio e Longo Prazo (ECMWF) colocarem Gordon algo afastado da Região Autónoma portuguesa na sua trajetória (a oeste de Corvo e Flores), outros modelos do ECMWF revelam uma probabilidade de impacto entre 5 e 20% para a atual depressão tropical Gordon nos Açores, acrescenta o especialista.
Uma boa parte dos modelos analisados prevê a probabilidade de os Grupos Ocidental e Central dos Açores serem atingidos pelos ‘restos’ da atual depressão tropical Gordon, especialmente as ilhas de Corvo e Flores.
Embora a probabilidade seja reduzida, também existe a possibilidade de que, quando Gordon chegar aos Açores, já possa ter evoluído para tempestade tropical ou até mesmo furacão categoria 1.
As áreas da unidade territorial insular potencialmente mais afetadas por Gordon seriam as ilhas do Corvo e das Flores, ambas situadas no Grupo Ocidental dos Açores.

Outras ilhas poderão
ser afectadas

Porém, a possibilidade da instabilidade atmosférica se expandir a outras ilhas, como as do Grupo Central (Faial, Pico, São Jorge, Graciosa e Terceira), existe, e todas as precauções devem ser tidas em conta, avisa Alfredo Graça.
Caso as atuais previsões se concretizem, a trajetória de Gordon seria uma impressionante “jornada”, desde a sua génese em torno aos 20 ºN, até quase 40 ºN, quando passasse pelos Açores, acrescenta ainda.
Quanto aos mapas de tendência de anomalias médias semanais do ECMWF, a maior parte dos que foram analisados parecem apontar para um cenário que favorece condições meteorológicas adversas na semana de 23 a 30 de setembro nos Açores, uma vez que se verificam anomalias positivas de precipitação, temperatura e pressão média ao nível do mar neste arquipélago, conclui Alfredo Graça.

Água do mar dos Açores acima do normal potencia tempestades

Também o Chefe da Divisão de Clima e Alterações Climáticas do Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), Ricardo Deus, dizia na semana passada ao Expresso que “com a temperatura da superfície média do mar 3-4 graus acima da média nos Açores, é possível que se potenciem mais fenómenos como tempestades tropicais”.
Segundo o IPMA, a tempestade tropical Gordon, nomeada 6.ª feira, 13 de setembro, quando se localizava a cerca de 1600 km a oes-noroeste das ilhas de Cabo Verde, é o 7.º ciclone tropical da época de 2024 na região do Atlântico Norte e Golfo do México. Por esta altura do ano, a média de ciclones tropicais nesta região é de 8, pelo que o número atual é ligeiramente inferior à média.

7 ciclones tropicais até agora

Os 7 ciclones tropicais que se formaram em 2024 até ao momento atingiram, pelo menos, a classe de tempestade tropical, tendo 4 sido furacões, com os dados a indicarem uma maior intensidade face à fase da época em que surgem.
Já no final de junho e início de julho o furacão Beryl (2.º ciclone tropical da época) afetou as Caraíbas e o Golfo do México.
O furacão Beryl atingiu a categoria 3 no dia 30 de junho, afetou, como categoria 4, as ilhas Windward no dia 1 de julho (imagem) e a Jamaica no dia 3 julho, sendo temporariamente de categoria 5 neste período. O furacão Beryl atingiu também o estado Norte-Americano do Texas no dia 8 de julho com categoria 1.
Assim, o furacão Beryl surgiu cerca de 40 dias antes da data em que, em média, surge o 1.º furacão nestas bacias – 11 de agosto – e atingiu uma categoria 3 ou superior cerca de 2 meses antes da data em que, em média, os ciclones tropicais desta intensidade costumam surgir – 1 setembro.
O 6.º ciclone tropical da época foi, entretanto, o furacão #Francine, que nos dias 11 e 12 de setembro atingiu os estados Norte-Americanos do Louisiana e do Mississippi como categoria 2, tendo sido o 4.° furacão da época, algo que, em média, apenas ocorre a 16 setembro.
O furacão #Ernesto, o 3º da época, atingiu a categoria 1 no dia 14 de agosto, algo que, em média, apenas ocorre a 7 setembro, tendo atingido temporariamente a categoria 2, e afetando as Bermudas com categoria 1 no dia 16 de agosto.

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