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Vade retro SATA-Internacional

A mobilidade interna dos Açorianos é muitíssimo mais importante do que essa tonteria que inventaram da Continuidade Territorial (como no tempo do outro do Minho a Timor) para justificar milhões de euros para deslocações à capital do Império mirrado injetados numa companhia aérea com gestão perdulária, salários milionários e rotas que apenas se justificam para garantir a eleição e a manutenção no poder de uma mão cheia de politiqueiros de baixíssima qualidade intelectual.
A Azores Airlines já não é apenas um problema político e financeiro, a Azores Airlines é um problema económico. Se não vejamos: o EBITDA sigla do inglês para Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization. Em português, significa “Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações, é o indicador que nos ajuda a medir a saúde financeira e o desempenho operacional de uma empresa, focando apenas no que ela ganha com a sua atividade principal. Ou seja, é a verdade sobre a operação da empresa, sem as cargas dos juros e impostos e depreciações, amortizações imparidades etc.
Na verdade, é como se fossemos subir a montanha do Pico sem peso às costas, ao invés de a subir com uma mochila com 50Kg de pedras dentro. Como todos percebem, subir a montanha do Pico com uma carga de 50 Kg às costas é bem diferente de subir com as costas leves, é essa a analogia que nos permite perceber a verdadeira e dramática situação da Azores Airlines (Sata Internacional).
No momento (contas conhecidas a 30 de junho) a Azores Airlines teve um EBITDA negativo em cerca de 4,9 milhões de euros e um resultado líquido obviamente também negativo de cerca de 37,9 milhões de euros, prejuízos estes que tornam a companhia ainda menos valiosa do que era à data da suspensão do concurso público para alienação da mesma, tal como tive já oportunidade de alvitrar e chamar à atenção do Desgoverno dos Açores.
Na base destes resultados estarão certamente as rotas políticas que têm taxas de ocupação miseráveis cuja continuidade para o Inverno IATA foi anunciada pelo Governo e Deputados da situação com alarido digno de um milagre. São também esses parlamentares, irresponsáveis, incultos, incautos e desprovidos de bom-senso, que serão responsabilizados pelo descalabro das contas publicas nos próximos anos. Infelizmente, já sabemos como funcionam estas coisas e a pouca memória que esses troca-tintas têm. Serão, por isso, os mesmos que chorarão sobre o leite derramado quando a Air Açores for no mesmo rol da insolvência do seu agora brinquedo.
É caso para dizer que a Azores Airlines (Sata Internacional) já nem com as costas leves tem força nas pernas para subir ao cimo da Montanha Pico. Deixou assim, por isso, de ser um mero problema financeiro para ser um problema económico e inverteu o aceitável caminho que vinha tomando nos últimos anos com EBITDAs positivos, embora a questão financeira tivesse sempre relevante importância nas contas finais.
Nos últimos 4 anos, o Governo de José Bolieiro, Artur Lima e Paulo Estevão, por ingerência direta na gestão operacional da companhia, por intromissão em questões comerciais e por incompetência na venda da empresa, acumularam no Grupo SATA mais de 160 milhões de euros de prejuízos o equivalente ao necessário para dois anos de execução de fundos comunitários, o suficiente para recuperar todas as escolas degradadas das nossas Ilhas, o bastante para construir o Porto das Lajes das Flores ou para reduzir a dívida pública em cerca de 10 milhões de euros de juros a pagar anualmente.
Não vender a Azores Airlines (Sata Internacional) num curto espaço de tempo, nem que seja por um euro, vai por em causa a manutenção da Sata-Air Açores e a mobilidade interna dos Açorianos e os responsáveis por essa decisão são os mesmos que durante mais de 15 anos na oposição criticaram, quem não o fez.

Nuno Barata

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