O Grupo de Coordenação Local da IL/Açores acusou, ontem, o Governo Regional de uma “lamentável e inadmissível regionalização dos órgãos de comunicação social privados” da Região, ao anunciar um apoio extraordinário (de cerca de meio milhão de euros) para “pagar ordenados a jornalistas”.
A direção regional dos liberais, coordenada por Nuno Barata, lamenta que, “passados 4 anos da governação da coligação PSD/CDS/PPM, os órgãos de comunicação social continuem a receber os apoios criados pelos governos do PS”, apontando que “a única coisa que foram capazes de fazer foi prorrogar, anualmente, a vigência do PROMEDIA 2020”, criticando que “com a proposta agora anunciada, o Governo de José Manuel Bolieiro, Artur Lima e Paulo Estêvão o que fazem é copiar uma medida socialista adotada no tempo da pandemia de COVID-19, propondo-se gastar cerca de meio milhão de euros para pagar ordenados de jornalistas e de profissionais dos órgãos de comunicação social”.
Assumindo, contudo, que “a IL não é contra um sistema de apoio aos órgãos de comunicação social que seja passível de escrutínio e que sirva para fazer face a investimentos essenciais à manutenção dos seus serviços técnicos”, os liberais açorianos manifestam-se “profundamente contra ser o Governo Regional, através dos impostos de todos os Açorianos, a pagar ordenados a jornalistas”.
“Este apoio, segundo o Governo Regional, é para ser pago por trabalhador com contrato de trabalho a termo certo ou por tempo indeterminado, visando ‘a salvaguarda do emprego nas redações e no conjunto das empresas de comunicação social privada’, ou seja, para pagar a jornalistas”, lê-se no Comunicado divulgado.
“Estamos, pois, perante uma vergonhosa e lamentável regionalização dos órgãos de comunicação social privados, considerando que a única forma que o Governo dos coligados encontrou para fazer face a uma situação débil das empresas ou associações (detentores de títulos de comunicação social) é meter-lhes nas contas bancárias o montante bruto equivalente a quatro salários mínimas regionais para o ano de 2024”, acrescentam.
O comunicado da direção coordenada por Nuno Barata termina frisando que “a IL defende uma comunicação social livre, independente do poder político, um bastião da liberdade de expressão e do debate de ideias” e que “os meios de comunicação social não vão encontrar viabilidade económica e liberdade através de tentativas de regionalização como esta que agora se enfrenta”, pois “esta apoio do Governo Regional é uma intervenção perigosa com o objetivo claro de atacar a liberdade jornalística e a liberdade de informação”.