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Uma Justiça corta-fitas?

A Secretária de Estado da Justiça e a Directora Geral de Política de Justiça chegam hoje a Ponta Delgada para participarem na inauguração do novo Centro de Informação, Mediação e Arbitragem de Consumo dos Açores.
Todos os governantes são bem-vindos às nossas ilhas, mas se ainda houvesse um pingo de vergonha no Terreiro do Paço, em vez de desembarcarem para cortar fitas, dirigiam-se às Conservatórias desta ilha, algumas de portas fechadas, por falta de pessoal, para constatarem a forma deplorável como o Estado português mantém os seus serviços nesta Região.
O roteiro poderia prosseguir com uma visita aos tribunais, também recheados de problemas, culminando com uma visita à cadeia de Ponta Delgada, onde a Justiça portuguesa comete, todos os dias, o que de pior existe nos Direitos Humanos, que é o desprezo pela dignidade da vida humana.
Era bom que nos explicassem porque razão vamos ter que esperar, ainda, mais de um ano para arrancar com as obras da nova cadeia, numa demonstração de que a Justiça portuguesa é um amontoado de burocracias e que não actua de forma célere e eficaz.
Para um país que é chacota internacional por deixar fugir presos da cadeia com um simples escadote, estamos conversados.

O.C.

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