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Açores no topo nacional dos melhores resultados de turismo

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) divulgou os resultados do inquérito “Balanço Verão 2024”, realizado junto dos seus associados, e que revelou um verão de 2024 positivo para o sector, especialmente para os Açores, que se posicionaram no topo de muitas categorias.
De acordo com o inquérito, a hotelaria nacional mostrou sinais de crescimento, consolidando a sua posição mesmo junto do mercado interno.
A AHP realizou um exercício de comparação com os dados do INE referentes ao verão de 2023, filtrando o universo do INE para incluir apenas estabelecimentos hoteleiros de 3, 4 e 5 estrelas, de forma a aproximar a amostra ao perfil predominante dos associados da AHP.
Agregando o todo nacional, a análise revela um aumento de 1 ponto percentual na TO em relação a 2023, acompanhado de um crescimento de 11% no ARR.
Estes resultados refletem um crescimento sustentado, com a hotelaria a beneficiar de um aumento do fluxo quer de turistas internacionais, quer nacionais.
(A comparação foi entre INE 2023 e AHP 2024, em razão da não realização do inquérito da AHP em 2023).
Taxa de ocupação: Açores, Madeira e Algarve com as melhores performances. A Taxa de ocupação foi de 81%, a nível nacional.
As regiões dos Açores e da Madeira registaram as melhores performances no que diz respeito à Taxa de Ocupação, com ambas as regiões a atingir os 91%, durante os meses de verão.
Seguiram-se o Algarve com 85% e a Grande Lisboa e Península de Setúbal com 84%.
A Norte, a região registou 76% e o Alentejo fechou o período de verão com 72% de TO.
As regiões com as taxas de ocupação mais baixas foram o Oeste e Vale do Tejo e o Centro, com 62% e 70%, respetivamente.
Preço Médio: Algarve lidera. O Preço Médio por Quarto (ARR) a nível nacional fixou-se nos 172 euros.
O Algarve liderou ao registar um ARR de 227 euros.
O Alentejo e a Grande Lisboa seguiram-se com 195 euros e 193 euros, respetivamente.
Os Açores e a Madeira registaram um ARR de 175 euros e 161 euros, sendo que esta última ficou abaixo da média nacional.
No extremo oposto, as regiões do Centro e do Oeste e Vale do Tejo verificaram os valores mais baixos, com 116 euros e 106 euros.
Estada Média: Madeira e Algarve no Topo. A Estada Média nacional fixou-se nas 3,1 noites.
As regiões da Madeira e do Algarve lideraram este indicador, registando 5,4 noites e 4,8 noites, respectivamente.
Os Açores, com 3,4 noites, também ficaram acima da média.
Outras regiões, como a Grande Lisboa e o Centro verificaram uma Estada Média de 2,7 noites, enquanto o Alentejo e a Península de Setúbal registaram 2,6 e 2,5 noites, respectivamente.
No entanto, o Oeste e Vale do Tejo foi a região com a Estada Média mais baixa, tendo-se fixado nas 2 noites.
Proveitos totais: Madeira e Açores com melhor desempenho. A nível nacional, o acumulado dos Proveitos Totais mostrou que 75% dos inquiridos registaram resultados melhores ou muito melhores, enquanto 17% reportaram resultados piores ou muito piores.
99% dos inquiridos da Madeira reportaram Proveitos Totais superiores ou muito superiores aos de 2023.
Nos Açores, com 97%, a partilharem da mesma opinião.
No Algarve, este valor fixou-se nos 89%.
Na Península de Setúbal, 75% dos inquiridos observaram Proveitos Totais superiores ou muito superiores, enquanto no Norte essa percentagem foi de 72%, e na Grande Lisboa situou-se nos 71%.
No Centro, 65% dos inquiridos indicaram uma melhoria nos Proveitos Totais, mas no Oeste e Vale do Tejo esse valor desceu para 58%, com 36% a considerar os Proveitos Totais piores ou muito piores.

Eventos impulsionam performance da hotelaria
em setembro

A segunda quinzena de setembro destacou-se, em particular, devido à realização de grandes eventos internacionais que ajudaram a impulsionar os resultados de ocupação e preço.
Eventos como o SBC Summit, em Lisboa, que atraiu cerca de 25 mil participantes, e o Happiness Camp, no Porto, com 10 mil participantes, foram fatores decisivos para os 58% dos inquiridos na Grande Lisboa, que indicaram uma TO superior na segunda quinzena de setembro e para os 78% que indicaram melhor ARR.
No Porto, 64% dos inquiridos observaram um aumento significativo da TO e 79% verificaram uma subida no ARR durante este período.
A Grande Lisboa teve 90% de TO e 205 euros de ARR, em setembro 2024, tendo sido o melhor mês de verão para a Capital.
Mercados Emissores: Portugal e Estados Unidos em destaque. Quanto aos mercados emissores, o mercado interno é apontado com um dos 3 primeiros mercados para 73% dos inquiridos.
O Reino Unido, para 53%, e os Estados Unidos, para 51%, ocupam o segundo e terceiro lugares, consolidando o mercado americano como um dos mais relevantes para o setor hoteleiro nacional. O mercado espanhol foi referido por 44% dos inquiridos, seguido da Alemanha, mencionada por 25%. Em contraste, o mercado francês perdeu força, sendo incluído no TOP 3 apenas por 19% dos inquiridos.
No Norte, Centro, Oeste e Vale do Tejo, Península de Setúbal e Alentejo, Portugal e Espanha estão no TOP3 dos mercados mais importantes.
Na Grande Lisboa, destacaram-se os Estados Unidos, Reino Unido e Portugal, e no Algarve, o TOP 3 inclui turistas do Reino Unido, Portugal e Irlanda.
Nos Açores, os principais mercados foram o português, americano e alemão, enquanto na Madeira, foram o alemão, o britânico e o português.
Canais de Reserva: Dominância das Plataformas Online. No que toca aos canais de reserva, a Booking foi mencionada por 96% dos inquiridos, seguindo-se os websites próprios por 78% e as agências de viagens por 43% dos hoteleiros inquiridos.
4 meses de verão – análise comparativa
Junho: TO nacional – 77% e ARR – 162 euros
Ilhas a registar a melhor ocupação, com a Madeira a liderar com 91% e os Açores a atingir os 87%.
No ARR, destaque para a Grande Lisboa (194 euros) e o Algarve (190 euros).
Julho: TO nacional – 78% e ARR – 174 euros
Madeira e Açores voltam a liderar com uma TO acima dos 90%. O ARR no Algarve, fixou-se nos 240 euros.
Agosto: TO nacional – 85% e ARR – 183 euros
Em termos absolutos, o mês de agosto foi o campeão das vendas em todos os destinos nacionais.
Açores tiveram a TO mais elevada (94%).
O ARR mais elevado verificou-se no Algarve (282 euros).
Setembro: TO nacional – 84% e ARR – 171 euros
As ilhas voltam a surpreender, com 92% de TO em ambas as regiões.
A Grande Lisboa registou o ARR mais elevado (205 euros).

Formação e qualidade no destino Açores

A formação e a qualidade do emprego são fatores determinantes para o processo de valorização do destino Açores e para que o investimento no turismo possa gerar ainda mais valor para a Região, afirmou a Secretária Regional da Juventude, Habitação e Emprego.
Maria João Carreiro falava, em Ponta Delgada, na sessão de abertura da conferência “Valorização do setor Foods & Beverage para a promoção dos Açores como destino turístico”, promovida pela AVEA, onde defendeu que “o peso do turismo na economia dos Açores deve traduzir-se em mais valor não só para as empresas, mas também para os trabalhadores açorianos”.
“Dificilmente conseguiremos elevar o nosso turismo a ainda melhores patamares de qualidade sem uma aposta naquilo que nos pode diferenciar ainda mais, o nosso capital humano, razão pela qual a estabilidade laboral, a melhoria do rendimento e a valorização da formação dos trabalhadores do setor do turismo são fatores indissociáveis deste processo”, realça a governante.
O Governo dos Açores está a percorrer um caminho que “vai continuar a fazer ao lado de quem investe e de quem trabalha no setor do turismo”, para estimular a atratividade e a qualidade do emprego e, assim, a produtividade das empresas da restauração, hotelaria e turismo. Entres os apoios públicos de estímulo estabilidade laboral nos setores associados ao turismo está o TURIS.ESTÁVEL, criado em 2022 para estimular a retoma pós-pandemia, através do qual foi apoiada a contratação sem termo de 386 trabalhadores e a conversão de contratos de trabalho a termo em contratos sem termo de 165 trabalhadores da restauração, hotelaria e turismo. Entre as profissões mais procuradas e com maior número de trabalhadores colocados por via da medida CONTRATAR, que apoia a contratação sem termo e incentiva o aumento da remuneração, estão as profissões nas áreas da cozinha e restauração, representando 15% das colocações. Também a média salarial dos contratos de trabalho apoiados aumentou nos últimos anos – fixando-se, neste momento, em 19% acima da média salarial em 2023 e 23% acima da Retribuição Mínima Mensal Garantida na Região. Entre as profissões com uma remuneração média mais elevada estão a de Chefe de Cozinha, Pasteleiro e Diretor e Gerente de Restauração. “É preciso que estes resultados cheguem a mais trabalhadoras e a mais trabalhadores”, insistiu. Num quadro de pleno emprego e de máximos históricos de população empregada, marcado pela maior circulação de trabalhadores entre empresas atraídos por melhores salários e benefícios laborais, Maria João Carreiro lembrou que estão a ser adotadas medidas de natureza conjuntural, entre as quais medidas de apoio à reconversão profissional e estágios que facilitam a contratação. A Secretária Regional apelou, ainda, a uma maior cooperação entre empresas e indústria com as Escolas Profissionais e Entidades Formadoras Certificadas, no sentido não só de reforçar as competências dos profissionais que já trabalham no setor, mas também de preparar uma nova geração de profissionais para as áreas do turismo, criando as condições para que os jovens se sintam atraídos pelo setor do turismo e se possam fixar nas entidades empregadoras da Região.

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