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Empresários dos Açores preocupados com o desaproveitamento do PRR

A Direção da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores (CCIA) disse ontem que tomou conhecimento, pela comunicação social, da possibilidade de não se vir a finalizar, em tempo útil, o processopara a adjudicação da construção de dois navios elétricos para as ligações entre as ilhas do triângulo.
“Esta situação é muito preocupante, caso venha a ocorrer, por significar o não aproveitamento de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) pelo setor público empresarial regional, numa medida que tem uma dotação de 25 milhões de euros”, sublinha a CCIA em nota enviada ao nosso jornal.
Na área da energia existe também uma situação em que a entidade executora (EDA) já comunicou que não vai concretizar parte do investimento que lhe estava alocado, também no âmbito do PRR, acrescenta a nota.
“Está-se perante duas situações de desaproveitamento iminente de fundos de um instrumento específico e irrepetível, o que deveria exigir uma atenção e atuação mais exigentes e céleres, independentemente do mérito destas medidas, não só por ser uma oportunidade única, mas também pelos montantes em apreço”, afirmam os empresários açorianos.
“A opção por iniciativas públicas de grande envergadura, com exclusão de iniciativas privadas, tem-se revelado de baixa eficácia, particularmente na área da transição energética”, adianta o comunicado.
A Direção da CCIA, face a esta realidade, “insta o Governo Regional a promover com a maior celeridade as démarches necessárias para a reprogramação das referidas verbas, que deverão ser direcionadas prioritariamente para o setor produtivo regional, muito pouco apoiado no âmbito do PRR Açores, uma vez que este tem essencialmente como beneficiário direto a administração pública regional”.
E sugere: “Uma das áreas que deverá ser reforçada nesta reprogramação, a nível da energia, é o do SOLENERGE, atendendo ao facto daquele programa ter registado uma procura muito significativa por parte das empresas e particulares, mesmo com as limitações que impõe. As empresas privadas têm, seguramente,maior capacidade de execução de projetos na área energética, com benefício para todas a economia açoriana”.

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