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Natal de terror onde nasceu o Menino

Na sequência do golpe de estado chefiado por um grupo (súbdito de Bin Laden), considerado terrorista pelos EUA e pela UE, e denominado Organização para a Libertação do Levante (HTS), já foi, por sua indicação, nomeado um novo primeiro-ministro na Síria para os próximos meses.
Já que o governo sírio anterior era apoiado pela Rússia, cegos pelo seu irresponsável culto belicista russófobo, esta operação foi apoiada e incoerentemente qualificada pelos nossos líderes políticos do ocidente, os mesmos que catalogaram como terrorista o grupo extremista muçulmano atrás referido, como uma operação de libertação e uma nova “primavera árabe”, “primaveras” essas, aliás, reconhecidamente abortadas no Iraque, na Líbia, no Egito, no Iémen ou no Sudão)…
Assim se expande, deliberada e irresponsavelmente, ao nível de alguns dos mais importantes centros de poder mundiais, a instabilidade e a insegurança no planeta, acentuando em cada dia que passa a desvalorização devassa e criminosa dos caminhos da Paz na Terra.
Infelizmente, outra coisa não seria de esperar daqueles que simultaneamente se fingem, malgrado a sua enfatizada boa vontade verbal, impotentes para impor um cessar-fogo nas terras onde nasceu o Menino, completados que são sobre esse evento 2024 anos.
Mais, estamos a falar dos mesmos que, por trás de uma muito apregoada boa vontade, continuam a fornecer armas e solidariedade aos seus terroristas de serviço para prosseguir naquilo que só eles, apesar das evidências, insistem em negar que esteja em curso: o genocídio dos palestinianos e a ocupação selvagem e brutal das terras onde nasceu o Menino, até à anexação pela força das armas e da colonização de todo o território da Palestina.
A juntar-se ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na acusação de genocídio, além do subsequente mandato de captura contra o atual primeiro-ministro de Israel, esteve o Tribunal Internacional de Justiça, da ONU, esteve a Amnistia Internacional, esteve Moshe Yaalon, ex-Ministro da Defesa de Israel (em 2013/2016), e ainda, num livro seu editado recentemente, esteve o Papa Francisco ao afirmar que o que se está passando em Gaza: “assume as características de um genocídio…”.
E assim é, estamos em pleno 2º ano de genocídio em Gaza. Na semana de 03 a 09 de dezembro, foram mortos pelos bombardeamentos e pelas balas do Estado terrorista de Israel pelo menos mais 132 palestinianos, a maioria mulheres e crianças. Entre as zonas mais atingidas, situou-se o único hospital do Norte (Kamal Adwan). Ficou sem água (a reserva foi diretamente bombardeada), eletricidade e oxigénio. Todos os seus cirurgiões foram mortos e o edifício encontra-se rodeado por centenas de corpos. Entretanto o atual ministro das finanças israelita afirmou sem rodeios: “Estamos a desmantelar o estabelecimento do Estado Palestiniano…”. A fome é uma arma de guerra. São 1,1 milhões de esfomeados, e 90% da população já foi obrigada a deslocar-se mais que uma vez, sem água potável ou qualquer assistência sanitária.
Até 2ª feira passada, foram pelo menos 44.708 palestinianos mortos, cerca de 106.000 feridos e 11.000 desaparecidos, desde 8 de outubro de 2023.
O rei da Judeia, para matar Jesus “mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo” (Mateus 2:16). Dois milénios depois, nas mesmas terras, um herdeiro legítimo da crueldade histórica de Herodes, está hoje impunemente a juntar à chacina de todas as crianças até aos dois anos, a chacina de todo um povo.

Mário Abrantes

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