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Líder do Chega-Açores espera que Miguel Arruda prove a sua inocência e preferia a suspensão do mandato

O líder do Chega Açores admitiu que preferia que o deputado na Assembleia da República Miguel Arruda tivesse suspendido o mandato após suspeitas de furto de malas, mas considerou tratar-se de uma decisão pessoal.
“Eu preferia que ele tivesse suspendido, ele optou por isso [passar a deputado não inscrito]. Eu disse-lhe sempre que iria respeitar a decisão que ele tomasse. Dei-lhe a minha opinião, ele achou que deveria ir por outro caminho. Não posso dizer mais do que isto”, afirmou José Pacheco.
O deputado Miguel Arruda, do Chega, eleito pelos Açores, foi constituído arguido, por suspeita do furto de malas no aeroporto, segundo confirmou fonte policial.
Na quinta-feira, o presidente do partido, André Ventura, defendeu que se as explicações de Miguel Arruda não fossem satisfatórias, o deputado deveria suspender ou renunciar ao mandato.
Antes, fonte próxima do parlamentar já tinha dito que Miguel Arruda tinha decidido passar a deputado independente.

Pacheco espera que prove
a inocência

O responsável do Chega nos Açores insistiu que se trata de uma decisão pessoal de Miguel Arruda e disse esperar que o deputado prove a sua inocência.
“Resolveu passar a independente e evoca as razões para defesa do partido. A partir deste momento, deixa de ser um assunto partidário em que eu não tenho nada a dizer. É um assunto do fórum pessoal. Espero que ele consiga provar a sua inocência”, reforçou.
Na Terça-feira, a PSP realizou buscas nas casas de Miguel Arruda em Lisboa e em São Miguel, e, segundo a imprensa lisboeta, terão sido encontradas 17 malas.
Nesse dia, fonte policial disse que estão em causa suspeitas de crimes de furto qualificado e contra a propriedade e que Miguel Arruda terá furtado malas dos tapetes de bagagens das chegadas dos aeroportos de Lisboa e de Ponta Delgada quando viajava de e para os Açores no início e no final da semana de trabalhos parlamentares.
A PSP terá provas com as imagens de videovigilância, em que se vê Miguel Arruda a tirar duas malas, ir à casa de banho e sair apenas com uma, supondo-se que metia a mala mais pequena numa maior.

Vendia roupa online

Outras notícias divulgadas pela imprensa de Lisboa dão conta de que Miguel Arruda vendia roupa no portal online da Vinted.
Segundo os jornais, o utilizador miguelarruda84, com uma foto de perfil de uma ermida em São Miguel, começou a vender roupa na Vinted em Maio de 2024.
“Bom”, classificou a utilizadora da Vinted anacatarina26 sobre uma compra que fez ao utilizador miguelarruda84.
Esta é a primeira de 185 classificações pós-venda da conta Vinted suspeita de pertencer ao deputado Miguel Arruda, arguido por furto qualificado de malas dos tapetes de bagagens nas zonas de chegada dos aeroportos de Lisboa e de Ponta Delgada desde que foi eleito deputado.
Entre as centenas de items à venda, a loja online dispunha de produtos a preço de desconto: camisolas Boss a cinco euros, calças Cortefiel a sete euros, calças Benetton a um euro e uma panóplia de outras marcas, como Primark e Zara, quase tudo a um euro.
A conta já foi apagada quinta-feira, mas a revista Sábado tirou registo inteiro da loja, que será alvo de investigação no inquérito conduzido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa (DIAP).

Polémica no parlamento

O presidente da Assembleia da República anunciou ontem que o deputado eleito pelo Chega Miguel Arruda passou a não inscrito, mas o líder parlamentar daquela força política protestou contra a localização que lhe foi atribuída. Aguiar-Branco fez o anúncio no arranque do plenário e disse que Miguel Arruda ficaria, na sessão de hoje, sentado na última fila entre as bancadas do Chega e do PSD, como já aconteceu em outras situações semelhantes, remetendo uma decisão final para a conferência de líderes.
O líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, protestou, avisando que não se responsabilizaria pelo que se poderia passar durante o plenário de hoje. “Não nos sentimos confortáveis por o deputado Miguel Arruda se sentar ao lado dos deputados do Chega porque, como sabem, as coisas, não foram pacíficas, não posso responder pelo meu grupo parlamentar e pelo que possa acontecer nesta sessão plenária”, avisou.
Pedro Pinto lamentou ainda que o regimento permita esta passagem a não inscrito e disse que tal devia ser revisto numa revisão constitucional e considerou que Miguel Arruda desrespeitou o partido, o grupo parlamentar e até a Assembleia da República.
O co-porta-voz do Livre, Rui Tavares, pediu que fosse distribuída esta intervenção de Pedro Pinto e disse que “a sua mala ficava bem agarrada”, numa referência à suspeita de furto de malas de que é alvo Miguel Arruda.
Num primeiro momento, o presidente da Assembleia da República manteve a decisão da Mesa, mas acabou por interromper os trabalhos por cinco minutos, pedindo que os líderes parlamentares se deslocassem ao seu gabinete. Quando regressaram ao hemiciclo, Aguiar-Branco entrou imediatamente na ordem de trabalhos prevista para a sessão plenária de hoje e o deputado Miguel Arruda ocupou o lugar inicialmente previsto.
O presidente do Chega, André Ventura, e Miguel Arruda estiveram reunidos na Quinta-feira no parlamento e, no final, o deputado anunciou a sua desfiliação do Chega e a passagem a não inscrito, mantendo o lugar na Assembleia da República.
Já Ventura considerou que as explicações dadas por Miguel Arruda “não são esclarecedoras”, dizendo que, para continuar vinculado ao Chega, o deputado teria de ter suspendido ou renunciado ao mandato.
Com a passagem de Miguel Arruda a deputado não inscrito, o Grupo Parlamentar do Chega passa de 50 para 49 deputados.

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