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O jornalismo é uma arma carregada de futuro

Vivemos a era da informação instantânea, constante e contínua. Este ambiente digital, embora fascinante, é também um terreno fértil para a desinformação. Notícias falsas, teorias da conspiração e manipulações intencionais fazem por isso parte dos grandes desafios do nosso tempo. Perante este cenário, os média desempenham um papel crucial no combate à desinformação.
O jornalismo profissional é fundamental para a democracia. Os jornalistas têm a responsabilidade ética de compromisso com a verdade, de verificar fontes e apurar os factos, para garantir que a sociedade tome decisões informadas. Contudo, essa missão enfrenta desafios, desde ataques à credibilidade da imprensa até a dificuldade de garantir a sustentabilidade financeira dos meios de comunicação.
A produção de informação de qualidade exige investimento. Assim como qualquer outra área profissional, o jornalismo não pode existir sem financiamento. Se estamos dispostos a pagar por plataformas de entretenimento como Spotify e Netflix, por que razão hesitamos em investir num serviço que é essencial para o funcionamento da sociedade? A explicação é simples: para a maioria das pessoas, as redes sociais são a principal fonte de informação.
Mark Zuckerberg, o responsável pelas plataformas Instagram, WhatsApp e Facebook, anunciou recentemente que as suas redes sociais deixarão de contar com um serviço de verificação de factos. Essa decisão é particularmente controversa, dado o papel central que essas plataformas desempenham na disseminação de informações a nível global. A verificação de factos é uma ferramenta essencial para combater a desinformação que garante que as pessoas têm acesso a informações precisas e confiáveis.
Na impossibilidade de mudar o comportamento dos magnatas da informação, a solução passa por mudar o nosso. Ao valorizar o jornalismo profissional, seja através da assinatura de jornais e revistas, seja pelo apoio a projetos de jornalismo independente, estamos a fortalecer um dos alicerces da sociedade democrática. O compromisso dos média com a verdade deve ser acompanhado pelo compromisso do público em reconhecer o seu papel indispensável. Num tempo em que a desinformação ameaça a coesão social e a própria democracia, investir na informação de qualidade não é um luxo, mas uma necessidade.

João Bernardo

  • Licenciado em Jornalismo e Mestre em Relações Internacionais
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