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Luís Garcia diz que Igreja e Política padecem de problema comum: o distanciamento das pessoas

A Igreja, a Política, e grande parte da Sociedade “padecem na atualidade de um problema comum: o distanciamento das pessoas”, afirmou ontem o presidente da Assembleia Legislativa dos Açores na conferência “ A Igreja, a sociedade e a política: caminhos para uma esperança concreta”, proferida no âmbito das jornadas de formação do clero diocesano, que arrancaram ontem em Ponta Delgada.
“Podíamos debater as causas, mas elas são sobejamente conhecidas, e infelizmente muitos políticos e homens da Igreja contribuíram para isso”, referiu Luís Garcia, que destacou causas externas a esta situação como “uma sociedade onde nos meios de comunicação social e nas redes sociais não há espaço para o positivo”.
“Tudo torna a nossa tarefa ainda mais hercúlea” mas a desistência está fora de questão sobretudo para “nós que acreditamos que Jesus é a esperança”.
Dirigindo-se a uma assembleia de mais de 40 sacerdotes, de quase todas as ilhas açorianas e de várias faixas etárias, Luís Garcia lamentou a “frieza das igrejas vazias” e a “a falta das crianças a correr a chorar na Igreja, os jovens irrequietos” e desafiou os sacerdotes a serem “sinais e mensageiros de esperança”.
“Se os reverendos padres ficarem na Igreja à espera de que os bancos se encham, acontecer-vos-á, possivelmente, o mesmo que se eu ficasse no meu gabinete à espera que a Assembleia fosse mais conhecida e mais próxima dos cidadãos”, disse.
“Quando nos é atribuída uma missão política, social ou paroquial não é para destruirmos o que foi bem feito pelos nossos antecessores, nem tão pouco dar apenas continuidade ao que estava a ser feito, porque assim a mudança não surtirá o propósito”, insistiu o presidente do Parlamento pedindo a todos que sejam parte deste desejo de mudança.
“Com inspiração, trabalho, inovação e entrosamento com as nossas comunidades, não prestamos apenas um serviço, devemos ser parte delas, das suas instituições, dos seus problemas, comungar dos seus anseios e desafios”, indicou como caminho.
“O futuro de instituições, quer sejam de natureza temporal ou espiritual, determina que a esta dimensão mais institucional deva ser acrescentada uma mais informal e, quiçá, mais fomentadora do envolvimento das pessoas” destacou dizendo que “somos todos semeadores” e não coletores de frutos.
“ A nossa missão é semear, sermos semeadores”, enfatizou.
O titular do primeiro órgão da autonomia, desafiou, por outro lado, os órgãos de comunicação social a serem companheiros desta viagem que ajude por um lado a restituir a imagem das instituições e por outro, a construir a esperança.
“É uma tarefa em que não podemos estar sozinhos. Tem de ser o coletivo a prevalecer”, disse Luís Garcia.
“Nestas missões podemos não gostar mais de uns ou de outros, ou até não gostar nada de alguns, mas temos a obrigação de trabalhar com todos na mesma seara” e “quem não estiver disponível que o assuma”.
“A missão que temos não se afigura nada fácil e exige de nós próprios muito. A missão é permanente. Não tem folgas!”, disse ainda, a partir do seu próximo exemplo.
“Eu não sou Presidente só quando estou a presidir aos trabalhos e os Senhores não são padres só quando estão a celebrar. Em todo o tempo e lugar carregamos esta missão.”, disse o presidente do parlamento que abordou o tema da sua conferência a partir de uma retrospetiva autobiografica primeiro na juventude, quando encontrou na igreja um lugar especial, e uma “primeira razão de esperança”, sobretudo no grupo de jovens da Paróquia e depois como cristão adulto, já com uma participação ativa na política.
Depois da conferência de Luís Garcia, os sacerdotes açorianos tiveram a oportunidade de ouvir o cardeal Patriarca Emérito de Lisboa, D. Manuel Clemente, sobre a Esperança que garante e cria o futuro, num percurso histórico sobre a vida da Igreja.
As jornadas encerram amanhã.
Entre os oradores estão o reitor do Seminário de Coimbra, padre Nuno Santo,; o Vigário Episcopal para o Clero, padre José Júlio Rocha e a médica Isabel Galriça Neto, entre outros, conclui o sitio Igreja Açores.

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