A Europa precisava de Friedrich Merz, o novo chanceler alemão. Primeiro, porque é um líder moderado. Segundo, porque afirmou categoricamente que não se coligaria com a extrema-direita. Terceiro, porque o velho continente necessita, como de pão para a boca, de lideranças fortes, responsáveis e com futuro.
Para aqueles que dizem que só acontecem desgraças, aqui estão três boas notícias de uma assentada. Porém, não se espere que Merz vá resolver todos os problemas europeus. Por mais focado que esteja, os restantes líderes têm responsabilidades acrescidas.
Em Portugal, também contamos com um Primeiro-Ministro capaz de governar dentro dos limites da decência. Montenegro tem demonstrado astúcia e competência na condução da política nacional.
Primeiro, manteve-se firme ao recusar qualquer coligação com o Chega, a nossa extrema-direita. Segundo, tem adotado uma liderança dialogante, capaz de orientar o país para o sucesso. Terceiro, Montenegro conseguiu, num instante, fazer esquecer António Costa.
Como escrevi noutra ocasião, mais cedo ou mais tarde a Europa teria de virar à direita, dado que o socialismo alemão-francês-espanhol-português não produziu os resultados esperados na última década. O desejo destas esquerdas moderadas de travarem o crescimento da extrema-direita acabou, paradoxalmente, por fortalecê-la. Em vez de governarem para resolver os problemas reais dos cidadãos, geriram o calendário eleitoral em benefício próprio.
O resultado é o país que resta, com problemas estruturais, à mercê da agenda política do Chega, que desvia a atenção dos portugueses para questões menores – ora uma moção de censura, ora uma comissão de inquérito. Será isto apenas briga ou ciúmes pelo facto de Montenegro não lhes ter estendido a mão?
Voltando a Merz, as semelhanças com Montenegro são muitas e representam um claro sinal de esperança: a Europa pode, finalmente, mudar de atitude e retomar o controlo do seu destino.
Gefahr und Hoffnung (Perigo e esperança)!
Luís Soares Almeida*
- Professor de Português
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