A administração Trump assume, a cada dia que passa, as características de uma oligarquia, dado promover a concentração do poder político e económico nas mãos de elites bilionárias. Políticas de desregulamentação, cortes de impostos para os ricos e favorecimento das grandes corporações intensificam a desigualdade económica, beneficiando uma pequena elite em detrimento da maioria.
O termo oligarquia diz respeito, precisamente, a um sistema em que o poder está concentrado num grupo restrito de indivíduos extremamente ricos. Nos EUA, isso é evidenciado pelo controle político exercido por bilionários e seus lóbis, doações de campanha e influência em setores-chave como a tecnologia e as finanças.
As relações estreitas de Trump com magnatas da tecnologia, como Elon Musk, levou a que, agora, estes desempenhem papéis significativos na política e economia americana. Aliança que, entre elites económicas e políticas, reforça as preocupações sobre o avanço de uma verdadeira e florescente oligarquia americana.
A posse de Donald Trump para um segundo mandato presidencial em 2025, reacendeu debates sobre os possíveis impactos das suas políticas na estrutura socioeconómica dos Estados Unidos. Com uma agenda marcada por medidas anti-imigração, reformas tributárias, tarifas comerciais agressivas e desmonte de programas sociais, a desigualdade económica emerge como o eixo central da mudança.
Tudo isto já é, por si, muito mau. Mas convém não esquecer que a personalidade e o perfil psicológico do actual inquilino da Casa Branca, apontam para que seja um verdadeiro sociopata. Considerando-se um sociopata uma pessoa que apresenta um transtorno de personalidade antissocial, caracterizado por comportamentos impulsivos, hostis e antissociais.
Alguém que mostre falta de empatia, comportamento impulsivo, manipulação através do uso do carisma, agressividade e hostilidade (acessos de raiva e atitudes violentas), egocentrismo (senso exagerado de superioridade e desrespeito pelas regras sociais). Tudo coisas que assentam, como uma luva, em Donald Trump.
Efectivamente, uma pesquisa efectuada na Universidade de Oxford em 2016, gerou intenso debate ao comparar traços de personalidade de líderes históricos e políticos contemporâneos, incluindo Donald Trump. O estudo utilizou uma ferramenta psicométrica que avalia oito dimensões associadas à psicopatia e à sociopatia.
A convergência de análises clínicas, estudos comparativos e relatos familiares sugerem que Donald Trump exibe traços compatíveis com o Transtorno de Personalidade Antissocial. O seu narcisismo, maquiavelismo e psicopatia representam um risco para a democracia, exigindo mecanismos institucionais robustos para limitar enormes abusos de poder.
O estudo de Oxford identificou semelhanças na construção de narrativas de ameaça existencial. Hitler culpava os judeus pela crise económica alemã, enquanto Trump retrata os imigrantes e a China como perigos à soberania americana. Ambos empregando uma simplificação maniqueísta gritante.
O estudo destacou também paralelos entre Trump e o ditador ugandês, Idi Amin na deslegitimação de instituições. Amin dissolveu o Parlamento em 1973, substituindo-o por decretos pessoais, enquanto Trump atacou sistematicamente o FBI, os media e o sistema judiciário durante o seu primeiro mandato. Ambos utilizando o nacionalismo xenófobo como ferramenta de controle.
O estudo não procurou, apenas, diagnosticar Trump, mas alertar sobre riscos sistêmicos de líderes com alta impulsividade egocêntrica. A combinação de dominância carismática e desprezo por normas institucionais –presente em Hitler, Amin e Trump– representa desafios únicos para as democracias modernas. Estudo científico que expurgou todos os preconceitos ideológicos/políticos, da sua metodologia.
Pergunta-se: o que mais nos vai acontecer?
Antonio Simas Santos