O Bloco de Esquerda assinalou “a profunda contradição” do governo sobre a situação financeira da Região.
António Lima acusa o governo de estar “a enganar os açorianos” porque altera o seu discurso consoante lhe dá mais jeito: num dia “diz que não há dinheiro” e no outro dia “diz que até sobra”.
Em declarações após uma visita à Escola Secundária Antero de Quental, em Ponta Delgada, o deputado do Bloco contrapôs as declarações do presidente do Governo Regional – que tem afirmado não haver dinheiro para manutenções e reparações nos serviços públicos de Educação e Saúde e também nas estradas regionais – com o anúncio de ontem do secretário regional das Finanças que deu conta de um saldo orçamental positivo de 21 milhões de euros no mês de Janeiro.
“Em que é ficamos: ou não há dinheiro para manutenções, ou as contas estão sólidas. As duas coisas são incompatíveis”, assinalou António Lima.
O deputado do Bloco assinalou que o presidente do governo sempre se queixou da herança deixada pelos governos do PS ao nível da falta de manutenção das infraestruturas dos serviços públicos, mas lembra que a coligação está a governar há mais de 4 anos e os problemas de falta de manutenção continuam a agravar-se.
Um exemplo concreto deste abandono é a Escola Secundária Antero de Quental, que o Bloco visitou anteontem. Após a visita, acompanhada pelo conselho executivo, António Lima mostrou-se preocupado com a degradação do edifício – um antigo palácio que está classificado como imóvel de interesse público – que está a precisar urgentemente de obras profundas.
“Houve uma importante intervenção na biblioteca, mas o que é certo é que as intervenções de fundo que são necessárias continuam por fazer, e há manutenção que não é feita porque não há orçamento na escola para estas manutenções num edifício histórico em tudo custa muito mais dinheiro”, afirmou o deputado do Bloco. António Lima defende que é necessário avançar com obras de requalificação o mais rapidamente possível” e que antes destas obras “é necessário fazer reparações urgentes que não podem esperar” por esta obra mais profunda. De uma forma geral, “as escolas têm que ter um orçamento suficiente para fazer as manutenções diários sem chegar ao ponto de precisar de grandes intervenções”, defendeu o deputado.