Um grupo de enfermeiros contratados pelo Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) para fazer face às necessidades da pandemia COVID-19, esteve reunido com os deputados do Chega Açores, José Pacheco e Olivéria Santos, onde denunciaram que, apesar de estarem a ser reintegrados no HDES, o novo contrato de trabalho não contabiliza os quatro anos de serviços prestados.
Os enfermeiros lamentam que os primeiros contratos COVID, formalizados em 2020, permitiam que os profissionais trabalhassem 35 horas semanais, enquanto os contratos seguintes, em 2021, implicassem 40 horas semanais.
Em 2023, quando termina a crise pandémica, o HDES mantém os enfermeiros contratados ao abrigo da pandemia, havendo uma conversão directa dos contratos COVID – decisão que é revertida pelas Secretarias da Saúde e das Finanças – obrigando a abrir concurso para 46 vagas. Agora, foi aberto novo concurso, exactamente para os 73 enfermeiros em causa, mas onde não são contabilizados os quatro anos de serviço durante a pandemia.
Para o deputado José Pacheco, trata-se de uma questão de justiça: “Com estes novos contratos, os enfermeiros falam na contabilização do seu tempo de serviço. Querem reconhecimento e querem aquilo que é mais do que justo porque as pessoas não são descartáveis”.
O parlamentar lembra que, na altura da pandemia, os profissionais de saúde foram homenageados com palmas, mas o que querem é ser reconhecidos efectivamente pelo trabalho que fizeram “porque estes enfermeiros são precisos. A Região precisa de enfermeiros e não podemos descartá-los, temos de cuidar bem deles”.
O Chega diz que vai enviar um requerimento à Assembleia Legislativa Regional pedindo explicações acerca desta situação “e se o Governo não reverter esta questão, teremos de levar o assunto à Assembleia”, referiu José Pacheco. O parlamentar reforça que “os políticos querem remendar o dia de hoje e esquecem-se do amanhã”, quando na verdade os profissionais têm de ser vistos como pessoas e não como números ou simples tarefeiros.