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No meio da guerra

Ninguém imaginaria, há poucos meses, que a loucura de Trump levasse a esta guerra económica contra antigos aliados, deixando o mundo incrédulo com tanta maldade vinda de um homem só.
Os Açores estão no meio desta nova encruzilhada, entre a América e a Europa, receando-se o pior para uma economia frágil como a nossa, entre dois poderosos blocos económicos.
Se as tarifas forem avante e a União Europeia responder à letra, é certo que vamos ter consequências trágicas, atendendo ao nosso pequeno mercado e à dimensão das nossas empresas exportadoras.
É verdade que a nossa exposição ao mercado americano é residual, mas para a dimensão das nossas empresas é um profundo golpe, nomeadamente nas áreas dos lacticínios, pescado e bebidas, como já alertou o Presidente da Câmara do Comércio de Ponta Delgada.
Mas esta guerra pode atingir outra dimensão, mais grave, se tivermos em conta, como prevêem todos os economistas internacionais, que os EUA podem entrar numa crise inflacionária e passar, eventualmente, para uma recessão.
Se isto acontecer, as famílias americanas vão retrair-se e poderão cortar os seus orçamentos nas viagens.
A eventual queda do dólar face ao euro será outro problema para os americanos visitarem países europeus.
É neste sentido que os Açores poderão vir a ser prejudicados no sector do turismo, agora que os EUA estavam a ser o nosso melhor mercado emissor de turistas, a par com a Alemanha.
Se a União Europeia activar o Instrumento Anti-Coerção, muitos países europeus poderão tributar cada vez mais a aterragem de voos americanos, o que vem complicar ainda mais a aposta que vínhamos desenvolvendo no mercado americano.
Por agora vamos manter a esperança de que as consequências não sejam tão catastróficas como se prevêem, mas a verdade é que há razões para nos preocuparmos com tanta imprevisibilidade.
Ainda esta semana conversamos com o Director da United Airlines, dos EUA, que está a preparar a operação da companhia para este Verão nos Açores, tendo-se mostrado confiante e com boas expectativas face à aposta, mais uma vez, nesta operação nos Açores.
Este ano, ironicamente, as Festas do Senhor Santo Cristo vão ser presididas por um Arcebispo americano, de Boston.
Talvez seja uma boa oportunidade para ele rezar connosco pela América, pedindo um milagre que contrarie a forma demoníaca como está a ser gerida a Casa Branca.
Antes das eleições americanas tínhamos previsto que vinha aí borrasca, com um louco num lado e outro maluco no outro, em Moscovo.
São os sinais do tempo, com um mundo cada vez mais perigoso e fortemente egoísta.
O que não é nada animador para as actuais e futuras gerações.

Osvaldo Cabral
[email protected]

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