O movimento Ponta Delgada para Todos, através de comunicado de imprensa enviado à redacção, denunciou a posição recentemente assumida pela Câmara Municipal de Ponta Delgada, relativamente ao Complexo Desportivo do Lajedo “como uma tentativa clara de iludir os cidadãos e disfarçar a falta de acção ao longo dos últimos meses”.
De acordo com o mesmo o executivo “manteve-se em silêncio após o comunicado do Governo dos Açores de 23 de Dezembro de 2023, que autorizou um concurso público para a concessão, por 20 anos, do Estádio de São Miguel e do Complexo Desportivo do Lajedo” reforçando não ter havido qualquer reacção pública por parte da autarquia quando, entre 21 de Janeiro e 13 de Janeiro de 2025, “este movimento questionava a utilização pública do Lajedo.”
“A 2 de Abril, o executivo anunciou um novo campo de futebol, retirando força à exigência da manutenção do Complexo do Lajedo para uso público”. Esta situação levou a que o movimento solicita-se, ao governo e à autarquia, a 6 de Abril, esclarecimentos sobre futuro do complexo, porém não obteve respostas.
No entanto, a “10 de Abril, uma entidade privada revelou publicamente ter celebrado um protocolo de cedência por cinco anos com o Governo, informação nunca desmentida, nem pela Câmara, nem pelo Governo Regional”, tendo o governo admitindo a possibilidade de uma exploração parcelar do complexo a 25 de Março, porém nada foi concretizado.
A 14 de Abril, o presidente do União Micaelense confirmou, que 2025 seria o último ano do torneio infantil no Lajedo. “O Presidente da Câmara, presente na mesma cerimónia, afirmou que, “se houver concessão, esta terá de ser à Câmara Municipal”. Tal afirmação, face aos factos já conhecidos, revela-se demagógica e uma tentativa de confundir a opinião pública”, menciona o comunicado.
Deste modo, e perante “esta sucessão de incoerências, omissões e conivências, o movimento Ponta Delgada para Todos exige que o executivo camarário torne públicas: todas as comunicações trocadas com o Governo dos Açores; as conversas mantidas com os clubes desportivos sobre o concurso público anunciado; o eventual pedido formal de anulação do protocolo de cedência assinado com a entidade privada”, frisou.
Sónia Nicolau reiterou ainda que o movimento “não se associa a qualquer modelo jurídico que implique utilização privada do Complexo do Lajedo — seja sob a forma de protocolo ou concessão”, referindo que o complexo “deve permanecer ao serviço do desporto de formação e escolar, tal como foi concebido e financiado com dinheiro público”.
Esta comprometeu-se também, após a tomada de posse “iniciar junto das instâncias judiciais o processo para comprovar o interesse público na utilização do Complexo Desportivo do Lajedo e a exigir a anulação do actual protocolo de cedência, devolvendo-o à sua função pública.”
“Acreditamos que todos os clubes de formação têm direito ao acesso ao Lajedo, e que o torneio infantil do União Micaelense deve manter-se naquele local em 2026 e nos anos seguintes”, salientando que “o movimento Ponta Delgada para Todos não representa interesses instalados e continuará a exigir transparência, verdade e prestação de contas por parte dos eleitos”, concluiu .