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Saudações de Jerusalém

O voo da El Al em que viajei estava completamente cheio e aterrou, hoje, 15 de abril, pelas 06:00 no aeroporto David Ben-Gurion, em Tel Aviv. Já amanhecia e foi possível ver outras companhias aéreas estacionadas na placa e muitos passageiros que chegavam e partiam.
Para quem conhece Israel as formalidades de embarque e desembarque foram muito mais facilitadas do que o habitual.
Esperava-me o motorista que me conduziu até ao Patriarcado. Notei que os dois lados da estrada estavam altamente engalanados com as bandeiras de Israel e Jerusalém, tendo-me o motorista dito que tal se devia à celebração da Páscoa Judaica. Esta começou a 11 de abril e termina a 20, coincidindo com a dos cristãos.
Chegados à Porta da Jafa, uma das que dá acesso à Cidade Velha de Jerusalém, ao Patriarcado e, também, ao Kotel (Muro das Lamentações) foi quase impossível percorrer a estrada por haver uma multidão de judeus que entravam para as celebrações da “Pessach”. Valeu-nos a isenção da viatura patriarcal.
Descansei um pouco, mas fui acordado aos sons dos instrumentos musicais dos judeus em festa, porque o meu quarto fica junto à muralha da Porta de Jafa, uma das possíveis entradas para o Kotel.
No almoço, saudei os bispos, os padres e os 10 seminaristas, que já estão presentes para ajudarem nas celebrações que começam amanhã.
Sua Beatitude, o Cardeal Pizzaballa está em Chipre. Só chega amanhã. A Arquidiocese de Jerusalém abrange Israel, Palestina, Jordânia e Chipre, pelo que o Patriarca tem de se desdobrar em deslocações.
Visitei o Santo Sepulcro como sempre faço no primeiro dia que chego a Jerusalém. A Basílica do Santo Sepulcro é o coração do mundo cristão e estava repleta de cristãos.
Há absoluta liberdade de movimentos em Jerusalém, com peregrinos judeus e cristãos. Não fosse Jerusalém o Santuário de todas as religiões abraâmicas.
A acrescentar a tudo isto, os cristãos ortodoxos também celebram a sua Páscoa este ano a 20 de abril e têm o Holy Fire, na véspera, também na Basílica do Santo Sepulcro.
Depois de tudo isto, estive em audiência com o amigo de longa data, Bispo William Shomali, Vigário Geral de Jerusalém para lhe dar conta da solidariedade dos cristãos portugueses através da Associação Amigos da Terra Santa dos Açores. Aproveitando a ocasião, falámos extensamente sobre a situação da Igreja na Terra Santa.
De entre muitas coisas ditas por ele, realço o facto de ter dito que os cristãos da Terra Santa têm as suas cruzes para carregar, seguindo o próprio Cristo. A primeira vem do facto de serem um pequeno rebanho, enfraquecido pela emigração de milhares de irmãos em busca de uma vida mais segura e digna. Refira-se que percentagem de cristãos nesta terra caiu para menos de 2%.
Segundo ele, este pequeno rebanho vive numa situação política e económica difíceis e luta muito para ter um trabalho digno e pagar as suas contas quotidianas.

P. Jacinto Bento *

  • Cónego do Santo Sepulcro de Jerusalém/
    Pároco em São Pedro de Angra
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