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As Mães

as Mães levantam-se da cama
antes do amanhecer
e levam os seus corpos ainda quentes
até ao quarto dos filhos
para os aconchegar entre os cobertores
para que não sintam a fria aragem da manhã
e se sintam com o afago das suas mãos mais protegidos

depois banham o rosto com água fresca
e nesse gesto despertam os seus olhos
para o dia que se avizinha
entre a labuta do entre ir da sala para a cozinha
onde prepara a primeira refeição da manhã

as Mães são o que são
umas mais ternas do que outras
umas tiveram do parto as dores em casa
outras soluçaram entre os lençóis de um hospital

umas têm o sorriso nos lábios
outras escondem-no dentro do coração

as Mães que sofrem a angústia dos filhos
quando se sentem desprotegidos e frágeis
e andam à deriva sem encontrarem no mundo
o lugar da sua condição
e quantas vezes expostos aos perigos que os circundam
entre ligeiros prazeres e promessas de pura ilusão

e muitas vezes o que ingerem na companhia de amigos
e desconhecidos que o não são

por isso
as Mães usam um búzio
onde canta a voz do mar
e todas as vezes que o ouvem
só as fazem chorar

e todas essas lágrimas
formam um enorme rosário
com que passam a rezar

ai as Mães ganham asas nos ombros
e como as aves
escolhem na concavidade das árvores
ou nos galhos mais frondosos
para resguardar dos predadores da chuva e do frio
as frágeis criaturas que dormem inocentes e indiferentes
no calor dos ninhos
que cobrem com o seu manto de penas

  • as MÃES
  • Victor de Lima Meireles
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