Os criadores de ovinos da Serra da Estrela pedem mais rapidez na vacinação contra a doença da língua azul. As primeiras vacinas já começaram a ser administradas, mas a chegada do Verão pode aumentar o contágio.
As temperaturas estão a subir e os rebanhos foram tosquiados – dois factores que aumentam o risco de transmissão da doença da língua azul.
Na região da Serra da Estrela, vão ser vacinados 10 mil cabeças de gado, numa corrida contra o tempo.
“É uma prevenção da doença. Não podemos descurar também o uso de repelentes, para evitar que o mosquito pique os animais e transmita a doença”, aponta o veterinário Miguel Miranda. “Temos de evitar, a todo o custo, o desenvolvimento e a progressão da doença.”
Um investimento feito pela Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Estrela (Ancose). Recentemente, por altura da Páscoa, a região viu reduzir as vendas de animais, mesmo sem ter sido detectado qualquer caso da doença da língua azul na Serra da Estrela.
Os produtores pedem ao Governo maior celeridade no processo de vacinação do restante efectivo de quase 80 mil ovelhas.
“Temos de atacar”, sublinha Manuel Marques, presidente da associação de criadores de ovinos. “Estas 10 mil unidades [de vacinas] são uma antecipação da Ancose. As demais, para [chegar] às 80 mil [ovelhas], é o Estado que vai fornecer.”
Os últimos dados apontam para que mais de 120 mil cabeças de gado em todo o país já tenham sido afectadas pela doença. O plano de vacinação começou em Dezembro, mas só agora chegou à Serra da Estrela.
Para já, o pagamento foi feito pela associação de produtores e o Estado deverá restituir o valor investido. Mas se as restantes ovelhas não começarem a ser vacinadas entretanto, a Ancose pondera voltar a substituir-se ao Estado.