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O Divino Espírito Santo é Deus, Ciência, e Mistério do Universo Criado Deus Caritas Est

A festa do Divino Espírito Santo, é alegria e ignição que incendeia o centro do coração humano. É palavra que no calor espiritual crente, circula e movimenta a caritativa ação, onde o bodo se torna mesa exposta de doação e comunhão.
Nela, “mesa”, são depositados víveres que na partilha comum, alimentam o corpo e a alma na sobrevivência humana, sem atender a estratos sociais, porque Deus é amor, e quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele» (1 Jo 4, 16). Estas palavras da I Carta de João, exprimem com singular clareza, o centro da fé cristã: a imagem de Deus é também a consequente imagem do homem e do seu carinho, porque o Espírito de Deus, é um princípio ativo operando no mundo, executando a vontade do próprio Deus. O Espírito de Deus, no princípio, movia-se sobre a massa caótica do universo, e está presente em toda a parte. (Gn 1,2; Slm104, 19.30) – porque o Espírito, é Deus quem o dá. Jesus prometeu, que à sua partida viria o Espírito Santo habitar em cada um dos seus discípulos, para fortalecê-los, guiá-los, instruí-los e habilitar a Igreja para dar testemunho de Cristo, glorificá-lo; convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo.
O Espírito Santo, habita na Igreja e nos corações dos fiéis como num templo, neles ora e testemunha a adoção de filhos, e conduz a Igreja em toda a verdade, unificando-a na comunhão e no mistério, e a igreja fica toda iluminada num povo reunido na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo. (Lumen Gentium 4).
O Pentecostes, é festa cheia de distinto significado na efusão dos carismas, que gera a Igreja no seu nascer como instituição para acolher todos sem diferenças de credos religiosos e sistemas sociais, por ser um tempo expressivo no dinamismo da espiritualidade cristã do século XX.
É a festa e mensagem da grande partilha que se celebra em memória da descida do Divino Espírito Santo, em forma de línguas de fogo sobre os Apóstolos e a Santíssima Virgem, quando reunidos no Cenáculo, ficaram todos cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em todas as línguas.
A língua, é um ícone que simboliza a palavra; articula sons, que na permissão de falar, produzem vocábulos com sentido de se entender o que se fala como mensageira de ensinamento e doutrina.
As línguas de fogo, representam os dons do Espírito Santo, porque o paráclito divino, é o sopro gratuito da vida que emana de Deus para toda a humanidade. É um sopro de santidade, que Deus dá e infunde no homem para que participe na santidade divina. Segundo os Evangelhos, o Espírito Santo faz de Jesus, o Filho de Deus pela sua conceção no seio da Santíssima Virgem Maria, aquando do anúncio do Anjo Gabriel, na anunciação.
A terceira pessoa da Trindade, exprime a união do Pai e do Filho, e é geralmente representada na iconografia pictórica em símbolos; por uma pomba; por uma nuvem luminosa no momento da transfiguração no Tabor; ou por línguas de fogo no Cenáculo em dia de Pentecostes.
A verdade revelada no Antigo Testamento, é que, há um só Deus, que se deu a conhecer como o Criador, o Todo-Poderoso, sob o nome de Jeová, ou o Eterno: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus, é o único Senhor”.
No Pentecostes, segundo a tradição judaico-cristão, afirmar a “criação”, é mais do que dizer natureza, por ser o projeto do amor de Deus, onde cada criatura tem um valor e um significado.
A natureza, entende-se como um sistema que compreende e gera, mas a criação, só se pode conceber como um dom que vem das mãos abertas do Pai Eterno de todos, como realidade iluminada pelo amor que nos chama a Pentecostes numa comunhão universal.
A liturgia no Domingo do divino Espírito Santo, na sua antífona de entrada, reforça a ideia do amor de Deus para com a humanidade: – O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que habita em nós. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
Todo o universo material ou físico, é uma linguagem do amor de Deus, do seu carinho sem medida, por nós.
Sentir cada criatura que canta o hino da sua existência, é viver jubilosamente no amor de Deus, porque o Espírito de Deus, encheu o universo de potencialidades, que permitem, que, do próprio seio das coisas, possa brotar sempre algo de novo:
Entoar o Veni Creator Spiritus, é entrar na sensibilidade estética que a música provoca em nós; é perceber e entender a Trindade invisível e secreta, que a humana visão procura no afeto do nosso olhar; a forma simples de ganharmos a respiração no ambiente atmosférico em que se vive.
Olhar o céu, e os céus, é olhar o dom da vida, porque a descido do Espírito Santo na liturgia do Pentecostes, é contemplação sobrenatural. No princípio, o Espírito de Deus pairava sobre as águas, e o sopro de Deus, incutiu a vida ao homem aquando da sua formação a partir do pó da terra, moldando em suas mãos, o barro.
Deus, é o oleiro que no seu atelier moldou e personificou a vida humana com criatividade espiritual.
A tradição que merece a nossa fé cristã, não é só e apenas, a que se faz no momento presente, mas sim, a que se constrói direcionada com entusiasmo em vista a preparar um futuro novo, abrindo o espírito a uma experiência sensível e cristianizada, para arquitetar a vivência da fé.
A natureza, não é mais do que a razão da arte divina inscrita nas coisas, pela qual as próprias coisas, se movem para um fim determinado. Cada um de nós, tem em si uma identidade pessoal, capaz de entrar em diálogo com os outros e com o próprio Deus.
A fé, permite-nos interpretar o significado e a beleza misteriosa no que acontece, em cada tempo e momento, porque o Espírito Santo possui uma inventiva ação infinita, própria da mente divina, que sabe prover e desfazer os nós das vicissitudes humanas mais complexas e impenetráveis.
A Igreja, como património de fé em Jesus Cristo, indica-nos através da sua palavra, que o Espírito de Deus sopra em todos os quadrantes do tempo e em diferentes modos, porque Ele vem do futuro de novos ensejos; por serem sinais que despontam desafios intensificadores.
A criação pertence à ordem do amor!… O amor de Deus é a razão fundamental de toda a criação, porque cada criatura é objeto da ternura do Pai que lhe atribui um lugar no mundo. A vida efémera do vivente ser mais simples, uma planta ou flor, é objeto do seu amor, mesmo nos poucos segundos da sua existência, porque Ele envolve- a do seu carinho.
São Basílio Magno, refere que o criador é também” a bondade sem cálculos”, e Dante Alighieri, falava do “amor que move o sol e as outras estrelas”, por isso, das obras criadas, pode subir-se “à sua amorosa misericórdia”, porque a fé, permite-nos interpretar o significado e a beleza misteriosa do que acontece, porque o poder infinito de Deus não nos leva a escapar da sua ternura.
A palavra do Senhor criou os “Céus”, indica, que o mundo procede não do caos nem do ocaso, mas por decisão, porque o Senhor, é um Deus eterno, que criou os confins da terra.
O Espírito Santo, é a Terceira pessoa da Santíssima Trindade; amor-dom incriado, princípio, fonte e dinamismo infinito da vida da fé. Paulo, na carta aos romanos afirma (14,17): que o reino de Deus não é uma questão de comer e beber, mas de justiça, paz e alegria no Espírito Santo.
O Espírito Santo é sopro vital, é respiração dada por Deus, mas que, também pode retomar, por ser uma potência divina que Deus envia sobre alguns homens por Ele eleitos, e através dos quais, intervém na história dos homens.
Esta força divina, desce sobre os juízes, homens escolhidos por JHWH para salvarem o seu povo em situações de grave perigo, discórdias, guerras, raiva, vingança racial na devastação da dignidade humana.
No Pentecostes, (Act 2,1-13) O Espírito Santo, torna a Igreja una, porque é só um coração e uma só alma, porque tudo tem em comum (Act 4,32); torna a Igreja santa, porque está pronta a testemunhar o Senhor até ao dom da vida; (Act 2, 42-48); torna a Igreja católica, pelo poder do Espírito, onde os discípulos começam a Evangelizar, tornando-os testemunhas de Jesus até aos confins do mundo.
Acreditar no Espírito Santo, significa confiar nele, que é Senhor que reina sobre a Igreja; é dador de vida, que enche a Igreja com os seus carismas que acompanham a comunidade cristã, pois a nossa época, é um novo tempo de renascimento e de revitalização na teologia do Espírito Santo.
O Pentecostes, no Antigo Testamento, é descrito como uma teofania, manifestações de (céus, vozes, trovão, vento, fogo), como sendo restauração da unidade entre os homens rompida em Babel.
Em Babel, a tentativa de unidade desejada pelos homens em oposição a Deus, levou à dispersão e à confusão das línguas (Gen 11,6-9). No Pentecostes, o Espírito manifesta-se sob a forma de línguas de fogo que se distribuíram sobre cada um dos presentes, possibilitando a comunhão entre os povos com línguas diversas.
A descida do Espírito Santo, é um sinal escatológico, anúncio de que já se iniciaram os últimos tempos, porque
A igreja, é enviada a anunciar o Evangelho a todas as gentes, até aos confins do mundo., enquanto espera o regresso do Senhor.
Nós homens ilhéus, pela fé cristianizados e renascidos pela água batismal de uma igreja creditada e evangelizada, somos um povo escolhido e eleito no bafejo protetor do Espírito de Deus, onde circula a atmosfera cinzenta e húmida, carregada de bruma que envolve as nossas habitações, e nelas, moram as razões e as raízes da árvore genealógica da fé, de um povo crente no Divino Paráclito.
O Veni Creator Spiritus, hino escrito em estilo modal gregoriano, cantado na liturgia do Pentecostes, com texto em língua latina, da autoria de Santo Ambrósio, e composição musical de “Rábano Mauro” monge beneditino do século IX, é o canto fundamental na liturgia das celebrações pontifícias, sínodos, assuntos ecuménicos, abertura solene dos anos escolar nos seminários, escolas de cultura católica, ensino científico e escolásticos, que, na confiança de saberes teológicos articulados com a ciência revitalizada, tentam harmonizar e conciliar as posições apologéticas entre a razão e a fé, como ciência primeira e mistério de Deus, na convergência das virtudes teologais da Fé, da Esperança e da Caridade.

José Gaipo

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