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Rendas de quartos para estudantes já ultrapassam os 400 euros mensais

Cerca de um terço dos estudantes que frequentam o ensino universitário fazem-no fora da sua área de residência. No ano lectivo de 2023/2024 existiam aproximadamente 115 mil estudantes deslocados. Para estes, frequentar a universidade acarreta evidentes custos acrescidos, tendo de somar às ás propinas e ao material de apoio ao estudo, as deslocações, a alimentação e, claro, o alojamento. Para muitos dos que não conseguem aceder às residências universitárias e que não têm melhor alternativa, o aluguer de um quarto continua a ser a única solução. Ora, acontece que o custo de uma renda mensal não está ao alcance de todos.
De acordo com um estudo recentemente publicado pelo Alfredo Student – Observatório do Alojamento Estudantil, o preço do alojamento no sector privado tem vindo a aumentar nos últimos anos em todo o país, ultrapassando, agora, os 400 euros/mês, o que acontece pela primeira vez desde 2021, altura em que aquele Observatório começou a fazer este estudo. O levantamento publicado no início deste mês conclui que o preço médio por quarto é de 415 euros. A análise feita no ano passado, em Julho de 2024, indicava que existiam 5.684 quartos disponíveis, sendo o preço médio na altura de 397 euros.
Entre as principais cidades com universidade, Lisboa, é a que apresenta rendas de quarto no sector privado mais elevadas, com um preço médio de 500 euros, podendo as mensalidades chegar aos 714 euros. Segue-se o Porto, com um preço médio de 400 euros, Braga com 323 euros e só depois “a cidade dos estudantes”, Coimbra, onde os quartos para estudantes custam, em média, 280 euros.
As cidades onde as rendas são mais baixas, tendo em conta o número de imóveis disponíveis para alojamento estudantil, são a Guarda, com um preço médio de 180 euros, e Bragança e Castelo Branco, ambas com mensalidades na casa dos 200 euros.
Nos últimos 12 meses, a variação dos preços dos quartos foi de 4,6% em Lisboa, 4,1% no Porto, 1,1% em Braga e 4,4% em Coimbra.

Arrendamento em Ponta
Delgada duplica de preço
num ano

Das cidades com universidade, Ponta Delgada foi a que maior variação de preços no aluguer de quarto para estudantes registou nos últimos doze meses, com uma subida de 50,5%. O preço médio das rendas de quartos no sector privado na cidade onde se localiza a estrutura principal da Universidade dos Açores ronda, actualmente, os 400 euros/mês.
São estes os números avançados pelo Observatório do Alojamento Estudantil relativos ao presente mês de Junho. O mesmo estudo, baseado na recolha de fontes públicas de informação, designadamente portais imobiliários e sites de agências do sector, agregando dados de mais de 20 plataformas distintas, pormenoriza que, em Ponta Delgada, o valor da renda varia entre os 202 e os 500 euros mensais.
Uma explicação plausível para tão notório aumento de preços do aluguer em Ponta delgada poderá estar na reduzida oferta existente. Nas fontes de informação utilizadas pelo Observatório, e acima descritas, constavam apenas encontravam 12 anúncios de quartos.

Apoios e residências públicas

Em Portugal, os estudantes deslocados do ensino superior, bolseiros ou não, que não consigam vaga numa residência pública, podem solicitar um complemento de alojamento, cujo valor varia consoante os rendimentos familiares e a localização da instituição de ensino. Os bolseiros que não tenham conseguido lugar em residências públicas, podem solicitar apoio, bem como estudantes deslocados não-bolseiros e que tenham um rendimento familiar per capita abaixo de 28 IAS (Indexante dos Apoios Sociais). Neste último caso, a ajuda será equivalente a 50% do montante pago aos bolseiros. Contudo, o mercado privado de aluguer de quartos é, muitas vezes, caracterizado por práticas ilegais, como a recusa da emissão de recibos, o que impede o acesso às ajudas estatais de comparticipação das despesas com o alojamento.
Uma situação ideal de compromisso poderá estar nas residências universitárias. O Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES) estima que, actualmente, as residências de estudantes do ensino público disponibilizam 16.571 camas. As mensalidades praticadas nos alojamentos estudantis públicos são, em média, inferiores às rendas dos quartos no sector privado, variando entre valores de cerca de 100 euros e 400 euros por quarto. Contra, está o facto das residências públicas serem, na sua maioria, compostas por quartos duplos, o que acarreta evidentes condicionalismos e limitações.
O certo é que, se em tempos a instituição de ensino era o principal critério de escolha para o ingresso no ensino universitário, hoje, a cidade e os custos com o alojamento são condições determinantes.

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