O proposto Nobel da Paz que está no poder e que se diz um homem de negócios, acabou de mudar o nome do Departamento da Defesa da sua administração para Departamento da Guerra, ou seja, acabou de oficializar o real status com que se cozem as linhas estratégicas da administração do seu país desde a 2ª Guerra: Negócios versus Guerra e Guerra versus Negócios!
Aqui vão alguns exemplos de negócios de guerra da administração do seu país, sozinho ou conjuntamente com aliados de países da atual UE e da NATO:
- Apoio à invasão e ocupação violenta da Palestina pelo Estado de Israel (Nakba), 1947/48 até ao genocídio em curso, ainda negado. Guerra da Coreia, até 1953.Guerra do Líbano, até 1958.Invasão da Baía dos Porcos (Cuba), 1961; ocupação da República Dominicana, 1966; guerra do Vietname, até 1973; golpe e instauração da ditadura de Pinochet (Chile), 1973; invasão de Granada, 1983; invasão do Panamá, 1989; primeira guerra do Iraque, 1991; invasão e desmantelamento da Jugoslávia (guerra dos Balcãs), até 1999; invasão e segunda guerra do Iraque, concertada na Base das Lages em 2011; intervenção militar na Líbia, 2011; intervenção militar na Síria, até 2025; intervenção armada no Irão nestes casos já em tempos da administração do proposto Nobel da Paz.
- Implantação de 750 bases militares fora das suas fronteiras espalhadas por todo o planeta, desde o final da Guerra da Coreia em 1953, até hoje.
- Sanções unilaterais político-económicas da administração do seu país, sozinho ou com os aliados da atual UE e da NATO, aplicadas atualmente a 12 países ou regiões, causadoras de enormes perdas humanas e materiais, de que o exemplo mais criminoso consiste no bloqueio militar e económico a Cuba, condenado por todo o mundo, que perdura até hoje desde fevereiro de 1962.
Atrás de todas estas ilícitas e criminosas ações, com impacto persistente na segurança e na Paz dos povos e nações de todo o mundo, justificadas por uma invocada guerra global entre o Bem e o Mal, está de facto uma guerra global e opressora entre fortes e fracos, dominadores e dominados, alinhados e desalinhados, com ou sem condições de vida dignas, ricos e empobrecidos (seja pelo sistema seja por desvantagens naturais), belicistas (fabricantes de armas) e pacifistas, encabeçada desde meados do século passado pelos governos do país do proposto Nobel da Paz (onde se vendem armas livremente) quase sempre contando com o apoio ou a cumplicidade da maioria dos países ditos ocidentais, Portugal incluído…
Mas apesar de tudo isso, se bem que violado com impune frequência, tem acabado por sobreviver até agora um limite legitimado. Esse limite, baseado nos Direitos Humanos, dos Povos e Nações (tantas vezes hipocritamente invocado pelos agressores) passou a estar ferido de morte e chama-se o Direito Internacional. Tal significa que, SE OS RESPONSÁVEIS ESCAPAREM IMPUNES, 99% de toda a população mundial, que foi sendo empurrada para o lado dos fracos não fica livre de sofrer de flagelos da mesma ordem de grandeza como aquele que está a atingir a Palestina e os palestinianos em Gaza e na Cisjordânia, onde a infância perdeu o direito a sobreviver e onde decorre um genocídio não só consentido como mesmo encomendado pelo proposto Nobel da Paz e praticado pelo seu súbdito instalado à frente do governo israelita, com a cumplicidade assumida da maioria dos países europeus e da NATO.
São estes os responsáveis que, caso não venham a ser julgados e condenados por estas ações criminosas contra a humanidade, abrirão as fronteiras de um outro mundo o mundo da liberalização absoluta do negócio da guerra, onde nos veremos normalmente forçados a viver como potenciais alvos das balas e bombas, da fome ou das deslocações forçadas onde quer que haja resorts de luxo para construir, ou matérias primas para rapinar, como prossegue na Palestina e já se adivinha ao largo da Venezuela…
Mário Abrantes