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Doença Loque americana em abelhas chega agora ao Pico levando o Governo a decretar cordão sanitário aos apiários da ilha

Em Julho, o Governo Regional anunciou medidas sanitárias após o aparecimento, na ilha das Flores, de um foco da doença de Loque americana em abelhas, que levou à destruição de 53 colónias e três apiários como medida imediata de contenção da doença bacteriana altamente contagiosa.
Chegou agora a vez da ilha do Pico ser atingida pela doença em abelhas, levando o Governo Regional a impor também restrições apertadas para travar a propagação.
As medidas foram formalizadas ontem, através do Edital n.º 10/2025, publicado na II Série do Jornal Oficial, que identifica novos focos no concelho de São Roque do Pico e acciona um conjunto de medidas excepcionais de biossegurança.
Entre as determinações, está a destruição de todos os apiários positivos ou suspeitos, a criação de áreas de vigilância num raio de 5 km em redor dos locais com suspeita ou confirmação de doença, e a proibição de qualquer movimentação de abelhas, enxames, rainhas, colónias, colmeias e respetivos produtos, substâncias, materiais ou utensílios para dentro ou para fora dessas zonas.
A Loque americana causada pela bactéria Paenibacillus larvae produz esporos muito resistentes que, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal, exige como condição para ser declarada como “região livre” um período de cinco anos consecutivos de análises negativas em amostras significativas de apiários.
Para reduzir o risco de disseminação, o Governo admite apenas excepções restritas: cera previamente esterilizada, e materiais/utensílios desinfectados por fogo ou por imersão em solução de hipoclorito de sódio a 1% durante, pelo menos, 30 minutos. A deslocação de materiais para melarias só poderá ocorrer, em período de cresta e sem alternativa, mediante autorização do Serviço de Desenvolvimento Agrário do Pico (SDAP) e após resultados laboratoriais negativos nos apiários de origem.
Todos os equipamentos usados na extracção e enfrascamento devem ser esterilizados, e o armazenamento de colmeias, quadros e ceras tem de ser feito em espaço isolado. É proibida a captura de enxames de origem desconhecida (selvagens) e a instalação de novos apiários nas Áreas de Vigilância.
As medidas incluem, ainda, amostragens regulares pelo SDAP a todos os apiários nas áreas de vigilância; comunicação prévia obrigatória, com dois meses de antecedência, para qualquer movimentação no restante território do Pico, dependente de testes negativos; e regras específicas para introdução de abelhas oriundas de fora da ilha, sujeitas a análises oficiais negativas antes da deslocação e a novo teste no destino.
Alterações superiores a 20% no número de colmeias e/ou no número de apiários devem ser declaradas no prazo de 10 dias úteis. O incumprimento constitui contra-ordenação e pode configurar crimes de desobediência ou falsas declarações.
No caso das Flores, onde o foco foi sinalizado em Julho, as autoridades realçam a eficácia da vigilância do Programa Sanitário Apícola, o papel do Laboratório Regional de Veterinária na confirmação rápida e a mobilização dos Serviços de Desenvolvimento Agrário das Flores, Pico e São Miguel, bem como o apoio dos dois municípios da ilha. Foi feito um apelo aos apicultores para reforçarem a observação das colónias e comunicarem de imediato qualquer suspeita aos serviços oficiais, colaboração considerada “essencial” para proteger o sector.
No Pico, as áreas de vigilância abrangem freguesias dos três concelhos — Candelária, Criação Velha, São Caetano e São Mateus (Madalena); São João (Lajes do Pico); e Santo António (São Roque do Pico) — refletindo a necessidade de um cordão sanitário amplo para conter a doença. A comercialização de cera na ilha só é permitida após esterilização e com comprovativo oficial
Com a chegada da Loque americana ao Pico, a Apicultura açoriana enfrenta um novo teste à sua resiliência. O Governo Regional promete “monitorização constante” e “todas as acções necessárias” para proteger os apiários, enquanto mantém em vigor restrições rigorosas destinadas a quebrar cadeias de transmissão entre colónias e ilhas.

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