O Eurodeputado do PSD Paulo do Nascimento Cabral considerou, na Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, que “a actividade pecuária não pode ser diabolizada nem demonizada”, realçando o “papel estratégico deste sector para a União Europeia”. A intervenção decorreu na sequência da apresentação do projecto de Relatório intitulado “Como garantir um futuro sustentável para o sector pecuário da UE, tendo em conta a necessidade de garantir a segurança alimentar, a resiliência dos agricultores e os desafios colocados pelas doenças animais”.
Paulo do Nascimento Cabral frisou que “a pecuária desempenha de facto um papel relevante como pilar da soberania proteica europeia, para a manutenção das comunidades rurais e da própria paisagem que é tão característica de algumas das nossas regiões, e destaco também as Regiões Ultraperiféricas, como os Açores”, acrescentando que este sector contribui para “a valorização dos efluentes pecuários, reduzindo a importação de fertilizantes sintéticos, mas também produzindo biometano, biogás, entre tantas outras vantagens. Mas, acima de tudo, destaco a redução das dependências externas, desde logo na proteína, leite, entre outros”.
Para o Eurodeputado do PSD, a actividade pecuária caracteriza-se pela sua multifuncionalidade, capaz de conjugar produção alimentar, contributos ambientais e soluções inovadoras no domínio energético, contribuindo, por outro lado, para “a mitigação das emissões de gases com efeito de estufa”, além de ser igualmente responsável por uma “grande parte dos produtos europeus com Indicação Geográfica Protegida (IGP) e Denominação de Origem Protegida (DOP)”, certificações consideradas fundamentais para a valorização do património agro-alimentar e afirmação da identidade cultural da União Europeia.
Paulo do Nascimento Cabral alertou, todavia, para os “desafios” que condicionam o futuro do sector: “o envelhecimento dos produtores, a limitada renovação geracional, os baixos rendimentos, a conotação social negativa que é muitas vezes atribuída a estes produtores, e não nos podemos esquecer que trabalham 365 dias por ano, são factores que limitam muito a entrada no sector; a burocracia e também o impacto dos acordos de comércio livre têm e terão no futuro deste sector”.
Concluindo a sua intervenção, Paulo do Nascimento Cabral afirmou que “temos de ajudar o sector, assegurar rendimentos adequados e promover uma melhoria da percepção social sobre os agricultores, reconhecendo o serviço essencial que prestam à sociedade”.
