A Associação dos Comerciantes do Pescado dos Açores (ACPA) diz-se perplexa e preocupada face à decisão da SATA Air Açores de aplicar uma nova taxa no transporte aéreo de carga interilhas. Em causa está a Taxa de “Raio-X”, com efectividade já a partir de 1 de Novembro e no valor de 0,11€/kg, com um valor mínimo, por consignamento, de 6,00€.
Esta medida, refere a ACPA, foi tomada sem consulta prévia aos operadores económicos e “afectará gravemente as empresas regionais e em particular as empresas do sector do pescado, que são as responsáveis pelo maior volume de carga aérea transportada entre as ilhas, mas também todos os produtores e comerciantes locais que dependem do transporte aéreo para garantir o abastecimento entre as ilhas”, afirma em comunicado. A associação salienta que tal medida tornará inevitável o aumento dos custos, perda de competitividade, perturbação logística e, consequentemente, o encarecimento do custo de vida para os consumidores açorianos.
Por tal, a ACPA “repudia veementemente a introdução desta taxa, recordando que já havia alertado para os efeitos negativos do aumento das taxas de handling, ocorrido em Junho passado. Foram então realizadas reuniões com a Administração da SATA e com a Direcção Regional da Mobilidade, nas quais a ACPA apresentou uma contraproposta fundamentada, que até à data não mereceu qualquer resposta — o que lamentamos profundamente”.
No mesmo comunicado, a ACP pormenoriza que as principais consequências da aplicação da “taxa de Raio-X” serão o aumento médio do custo total: +0,21€/kg, representando entre +23% e +70%, consoante o destino, sendo os destinos mais penalizados as ilhas de Santa Maria e Terceira, em termos percentuais. As cargas pequenas (menos de <60kg) serão as mais afectadas devido ao mínimo de 6€ por envio e as empresas com grande volume interilhas enfrentarão aumentos significativos nos custos operacionais e perda de competitividade. É ainda salientado que a taxa penaliza as ilhas mais pequenas “fragilizando, ainda mais, a coesão económica e social do arquipélago”.
Perante tal, a ACPA considera urgente reavaliar esta decisão, “apelando ao Governo Regional, à SATA e às entidades competentes para que promovam um diálogo transparente e participado com os sectores afectados, no sentido de encontrar soluções equilibradas e justas que defendam o interesse público e o futuro económico dos Açores”.