A Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores decidiu levantar a imunidade parlamentar ao líder do Chega, José Pacheco, para que este possa responder como arguido num processo “relacionado com faturação indevida de despesas do partido”.
José Pacheco deve estar radiante por lhe ter sido retirada a imunidade parlamentar para que possa, em nome da tão proclamada transparência, resolver o caso de que é acusado.
O partido que lança vídeos com títulos como “Chega defende mais transparência na Povoação”, “Chega quer acabar com a corrupção na Lagoa” ou “vamos limpar Vila Franca do Campo”, entre muito outros, provavelmente quer limpar o nome do seu líder, mostrando que a transparência abunda dentro do seu partido e que qualquer suspeição de corrupção não passa de pura imaginação.
Mais papelinho, menos pape-linho, o que interessa é manter a cabeça à tona e ter as malas sempre prontas para novas viagens e novos voos na política.
Que venham muitas jantaradas de convívio partidário, sempre bem regadas com a devida transparência na hora das contas.
Eu, como Conde da Musgeira, também lidero o meu Feudo de forma exemplar e com total transparência: eu cobro e usufruo dos impostos da talha (uma parte da produção do servo) e da corveia (trabalho obrigatório nas terras do senhor) que me devem os servos e plebeus.
Nestas coisa de análise política do Feudo, enquanto Conde, tenho sempre a tendência para me deixar guiar por Deus. Por isso, deixo a seguinte reflexão: “Quem subirá ao monte do Senhor ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.” (Salmos 24:3-4 ARC)
Conde da Musgueira*
- Capitão Donatário da Bananalândia
*Membro da Ordem dos Insurgentes
Rubrica satírica